sábado, 31 de dezembro de 2016

Dia de balanço!




Olá. Eu sou a Carolina e este ano resolvi ser eu a fazer o habitual balanço de final de ano. Preparados?
Podia falar mal deste ano e pedir sempre que o próximo me trouxesse coisas melhores. Mas, a verdade, é que quero, desde pequenina, habituar-me antes a agradecer. Agradecer todas as coisas boas que a vida me traz. E têm sido muitas! E a gratidão traz felicidade!
E este 2016 foi um ano intenso e de grandes mudanças. Até o meu papá decidiu rapar o cabelo antes do ano terminar! E quem o conhece sabe que foi uma decisão radical. Eu até tive medo dele, pensei que era outra pessoa! Antes disso, também já tinha dado a maluqueira à minha mãe que, a meio do ano, também decidiu ficar sem metade da juba!
Este foi o ano do meu batismo! E o ano em que comecei a andar e a papaguear tudo e mais alguma coisa. Foi o ano em que todos os dias surpreendi os meus papás com novidades e em que eles perceberam que sou uma menina doce e meiga. Mas com personalidade! Foi o ano em que, pela primeira vez, dormi fora de casa e em que os meus pais passaram (mini)-férias acompanhados e com outra logística!
No início do ano, o meu tio Bruno foi para o Reino Unido. E eu tenho pena de estar longe dele e sei que ele tem muitas saudades minhas. Mas, como os meus pais me ensinam a ver sempre o lado positivo das coisas, foi o melhor para ele. E eu agora tenho uma boa desculpa para ir viajar mais vezes!
A minha mamã despediu-se e ficou quase um ano inteiro desempregada. Podia ser mau? Podia. Foi um ano mais pobre monetariamente. Mas muito mais rico em amor. Ela diz que foi o melhor que a vida lhe deu. A possibilidade de estar mais tempo comigo e de aproveitar cada conquista e cada novidade neste meu primeiro ano de vida. Talvez nunca mais o consiga fazer com mais nenhum filho. E, por isso, eu vi que isso foi muito importante para ela e para mim. Foi um ano mais feliz, menos stressado, com outras prioridades, porque eu passei a ser o grande tesouro e a grande riqueza dos meus papás. E eu tenho a certeza que nada na vida acontece por acaso e que a vida acaba por se resolver sozinha!
Para 2017 podia pedir mais emprego, mais dinheiro, mais brinquedos, menos distâncias, mais irmãos... Podia pedir o mundo, mas até isso é tanto e tão pouco para mim! Se vier isto tudo, estamos de braços abertos. Mas, se não vier... que continue tudo igual. Basta-nos saúde e amor. 2016 foi um ano rico assim!




quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Quando em linguagem Carolinês...

... tudo o que parece é!
Estes dias, de manhã, enquanto me vestia, deixei-a entretida na sala. Quando cheguei, disse-lhe: 'Vamos para a escolinha.'
E ela: 'Nhão, caca.'
Eu: 'A escolinha não é nada caca!'
Ela: 'A pê [chupeta]'
Eu dou-lhe a chupeta.
Ela: 'Nhão, caca.'
Eu: 'Pois, tu nunca levas a chupeta para a escolinha. A chupeta é caca, é. Só para os bebés e tu já és uma menina crescida!'
Ela [levanta a voz]: 'NHÃO MAMÃ, CACA!'

Sim, tinha a fralda suja! Está a ficar tão crescida a minha bebé!

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Presentes [os da criança, claro!]

A sardanisca, como qualquer criança, recebeu 1551 presentes. A maioria brinquedos, pois claro.

Estes foram só uma amostra... mas claramente representativa da paixão dela por animais! É mesmo de ideias fixas! 

Só para avisar: quando entrarem cá em casa, qualquer semelhança com um Jardim Zoológico, é pura coincidência!



sábado, 24 de dezembro de 2016

Feliz Natal pessoas!

Não fui eu que escrevi este texto, mas podia [se podia!]
Roubado daqui:

"A idade, mas sobretudo a vivência, levam-nos a, frequentemente, redefinirmos prioridades na vida. O que há uns anos era tudo para nós, hoje pode ser algo irrelevante ou secundário. Pela ordem inversa, o que não há muito tempo podia ser um aspeto menos importante na vida pode ser, agora, o nosso maior objetivo.

Definir essas metas, reorientar o caminho, é fundamental para que nos mantenhamos equilibrados, motivados e focados. Sempre achei que, de uma forma ou de outra, quase todos procurávamos as mesmas coisas, ou coisas muito parecidas, a partir de certa idade, e depois de já termos vivido bastante. Claro que há exceções, e pessoas que não mudam, mas são uma minoria. Quando nos casamos, quando temos filhos, quando criamos uma família, parece evidente que a nossa prioridade e orientação de vida não pode ser a de ir apanhar bebedeiras às sextas e sábados com os amigos, até de madrugada. Sou o primeiro a defender que isso deve continuar a acontecer, e deve continuar sempre a acontecer, não pode é, como é evidente, ser uma prioridade na vida.

Crescer, amadurecer, é, também, aprender a tirar prazer de coisas que, antes, nos pareciam particularmente aborrecidas ou sem graça. Qualquer pessoa concordará que passar cinco horas na kidzania a um sábado de manhã com os filhos pode ser a seca de uma vida, mas quem é pai também sabe que quando vemos a alegria dos miúdos naquele momento, a excitação com a brincadeira, quando eles nos puxam pela mão para os irmos ver a andar no carro dos bombeiros, ou quando pedem para irmos aprender a tocar um instrumento com eles, tudo isso nos enche felicidade, e isso compensa largamente o aborrecimento de passar ali uma parte do dia. Ver os filhos a crescer, a fazer as coisas deles no dia a dia, a brincar, a imitar vozes, a alterar letras das canções inserindo os tradicionais elementos de humor escatológico infantil como “chulé”, “cocó”, “pum” e “chichi”, tudo isso traz a um pai uma alegria que o faz ter a certeza de que estar com aquelas criaturas é, de facto, a coisa mais importante da vida.

Uma das características mais importantes para se ser um bom pai, uma boa mãe ou um bom marido, ou mulher é o sermos altruístas, o sabermos colocar o interesse do outro, ou o bem-estar do outro, à frente de nós próprios. E este é um dos grandes desafios dos tempos modernos. As pessoas têm cada vez menos paciência, são cada vez menos tolerantes, estão cada vez mais dispersas em mil e uma coisas, sempre agarradas às redes sociais e aos chats, desfocadas daquilo que deveria ser relevante, ao ponto de acharem que há coisas mais importantes do que a família. E não há. Só que uma coisa é haver momentos em que pomos os interesses dos filhos, da mulher, do marido à frente dos nossos, outra totalmente diferente é fazermos sempre isso, e deixarmo-nos anular por completo. E esse é outro dos dramas de muitas famílias. É sempre importante existir equilíbrio de forças entre os elementos do casal, na relação entre pais e filhos, na relação entre os irmãos, para que todos saibam que ninguém está acima de ninguém e a única coisa que está acima de toda a gente é a família.

Peço desculpa por não estar propriamente eufórico com o Natal, nem a cantar canções alegres com camisolas de lã ridículas, mas é sobretudo nestes momentos de felicidade generalizada que me dá mais para olhar para mim e para a minha vida, e para os outros, e para a vida dos outros, e sentir que mesmo fazendo tudo o que considero correto, mesmo lutando para ser o melhor pai, o melhor filho, o melhor irmão, o melhor marido, nada disso chega se a dedicação for unilateral. 

Há, no entanto, dois caminhos: continuar a lutar pelo que considero ser correto, mesmo que isso dê muito trabalho, e me obrigue a muitos sacrifícios e um enorme altruísmo, pondo frequentemente os que amo à frente dos meus interesses, ou desistir, seguir o caminho mais fácil e tornar-me igual aos outros. As 12 maratonas que já corri ensinaram-me muitas coisas, talvez a mais importante seja só esta: desistir, nunca."

Feliz Natal!!!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Dúvidas e mais dúvidas paternais!

Pai: "Já estive a pensar... Quando, daqui a uns tempos, a minha filha me pedir para ir fazer xixi e eu estiver num local qualquer, sozinho com ela, como é que eu faço? É que eu sou homem e ela é menina!"

[Expliquei-lhe que já há casas de banho para crianças em muitos sítios. Mas que, enquanto ela for pequena, pode levá-la com ele à casa-de-banho masculina. Estas dúvidas existenciais matam-me de enternecimento!]

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O melhor presente de Natal!

Já comprei todos os presentes (já costumo ser muito organizadinha, mas este ano bati o record da antecedência!). Mas há cerca de um mês comentava com o senhor meu marido:
'Já sei o que dar de prenda a toda a gente, menos à minha mãe.'
Diz-me ele:
'É fácil. Dá-lhe outra neta!'

Isto porque foi precisamente o presente que os avós receberam há 2 anos atrás, no Natal. Era dia 24 de dezembro de 2014, de manhã. O período deveria ter vindo no dia 23 e, como falhou (até nisso eu sou certinha!), fiz o teste no dia 24. Era um daqueles testes de gravidez dos dois tracinhos, mas sinceramente deveria estar avariado. Não via tracinhos nenhuns. O marido em nervos. Deitei o teste fora e enquanto ele foi comprar outro à para-farmácia (pedi-lhe que trouxesse digital), resgatei o primeiro teste do lixo, mas... nada. Continuava em branco. Ele chegou apressado e eu repeti a façanha. Desta vez, não havia margem para dúvidas. Estava escrito. Havia letras, como eu gosto: 'Grávida. 2-3 semanas'.
Era noite de natal e, por isso, nem hesitei. Embrulhei o teste e um postal (não fosse eu apaixonada por postais personalizados) que, ainda hoje me lembro, começava por: 'Avô, avó e tio, estou a caminho...' À noite entreguei aos sogros e açambarquei o teste de volta, voltei a embrulhá-lo, copy e paste para outro postal e entreguei aos meus pais no dia seguinte. Foi a loucura, a duplicar!

Não gosto do Natal. Mas se aprender a relativizar e ver as coisas em perspetiva, percebo que nada na vida acontece por acaso. E que, naquele dia de Natal, me estavam a oferecer o meu melhor presente!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Relação direta!

Já aqui disse que nasceram à pimpolha 4 dentes enormes atrás  (dois em cima e dois em baixo) e que lhe deram muito aborrecimento. Ora, os dentinhos cresceram à velocidade da luz! E estão enormes. Sendo que ela tem a boca muito arrumadinha: 4 dentes seguidos em cima à frente e os mesmos 4 em baixo, mais esses 4 atrás!
Paizinho enquanto aprecia tamanha obra de arte:
- Já viste bem as tacholas que ela tem? Vais ver que ela vai ser uma mulheraça! Já a estou a imaginar no alto dos seus tacões!
Eu só consegui soltar uma gargalhada. Mas ele convicto anuiu que há uma relação direta entre os dentes e a mulheraça em que ela se vai transformar! Percebo agora porque é que tenho dentes pequenos e desalinhados! 😂😂

sábado, 17 de dezembro de 2016

Desejos natalícios...

Não gosto do Natal. Quem me é próximo sabe que o digo desde sempre. Que me desculpem os que adoram, mas, por razões pessoais, não gosto. Adoro as decorações, as músicas, os dias de sol de inverno, o Pai Natal... mas detesto o turbilhão de sentimentos que me assola nesta fase.
Ando a aprender a 'aceitar, sorrir e esperar que passe'. Pela minha filha. Para que ela nunca sinta o que eu sinto nesta altura.
Nunca consegui muito bem explicar isto a ninguém. Até que, há dias, leio este texto e penso: "Alto lá, é mesmo isto! Alguém soube ser sincero, cortar com os estereótipos natalícios e registar algo muito semelhante ao que eu sinto!"
Acho, inclusivamente, que atingimos, nesta altura do ano, níveis de consumismo exacerbados. Mesmo assim, gosto de dar presentes a quem gosto. Mas não apenas agora. Tivesse eu outra situação financeira e oferecia prendas todos os dias. Gosto do desafio de pensar na individualidade de cada um e partir à procura de algo. Gosto mais de dar do que de receber. Mas, não sejamos hipócritas. Quem não gosta de receber presentes?
Assim, para contrariar este meu lado melancólico, deprimente e 'estraga-prazeres' nesta quadra natalícia, alegremos as vistinhas com algumas coisas que eu não me importaria de ter no sapatinho:

1- Adidas gazelle
Comprei-as em preto e, na altura, o coração ficou ali dividido, a bater forte pelas rosa, pelas cinzas e pelas bourdeaux. Estou rendida, porque somos efetivamente muito felizes juntas!


2 - Pantufas. A accessorize tem-nas de todas as cores e feitios e são todas fofinhas!



3 - Relógio azul. Herdei alguns vícios paternos e um deles foi um gosto especial por relógios, de todas as cores e feitios. Faz-me falta um azul. Ainda não vi nenhum que fosse 'txaran', mas este da One era bem vindo!


4- Casacos. Nesta categoria podia incluir todo o tipo de roupa e calçado, assim no geral, mas como tenho alguma pena do Pai Natal, fazem-me mais falta uns casaquinhos azul e cinza. O azul é da Lanidor e é paixão! Os cinza da Zara e são opção!




[Querido marido, depois não digas que não dou ideias. Mais clara não posso ser! Tenho é gostos requintados!]




quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O rei das metáforas!

Já não sei do que estávamos a falar, mas eu dizia qualquer coisa que achava ser improvável. Diz-me ele:
- Eu já acredito em tudo. Desde que vejo um floco de neve a chamar-te 'mamã'!!!

[sim, ele chama floco de neve à filha. Coitadinha, sai à mãe!]

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Coisas que leio, ou... 'de como sou exageradamente lamechas!' #3

Claro que foste a primeira pessoa em que eu pensei, minha filha. És tu quem quero que me prometa.
Tu e eu. Que ainda vou a tempo!


"Promete-me.Promete-me que vais tentar. Que vais chorar muito mas vais sempre continuar. Que vais acreditar. Que vais querer as pessoas por mais que as pessoas te desiludam. Que vais crer em ti por mais que te digam que deves parar de crer em ti.

Promete-me.Promete-me que vais em frente. Que não recuarás só porque existe o medo. Que não pararás só porque existem problemas. Que quando te perguntarem “o que queres ser” responderás “tudo o que quiser ser”.

Promete-me.Promete-me que seleccionarás. Que escolherás com critério aquilo que te pode magoar. Que não quererás desgastar-te com o que não tem solução. Que não te entregarás ao que só serve para te matar e não para te fazer viver. Que mandarás bugiar o que te aparece no caminho apenas para ser mandado bugiar.

Promete-me.Promete-me que vais preferir a loucura. Que vais arriscar. Que vais ser o maluco de serviço quando for necessário haver um maluco de serviço. Que vais fazer o que nenhum dos outros malucos foi capaz de fazer. Que vais respeitar-te através de não respeitares o que te impede de sonhar. Que vais preferir andar na corda bamba do que ter uma corda ao pescoço.

Promete-me.Promete-me que vais aproveitar o corpo. Que vais querer o orgasmo sempre que for possível o orgasmo. Que vais querer o prazer sempre que for possível o prazer. Que vais lamber o que te der prazer lamber, trincar o que te der prazer trincar, tocar o que te der prazer tocar. Que vais explorar todos os sentidos porque vais saber que é esse um dos grandes sentidos desta merda toda.

Promete-me.Promete-me que um dia te vais esquecer do corpo. Que quando o corpo já não responder porque está velho vais preferir ser para além dele. Que vais passar por cima das insuficiências dele e vais viver por dentro da tua cabeça. Que vais desprezar o espelho e ser o que sentes que ainda és. Que vais perceber que depois de uma dada altura o importante não tem matéria.

Promete-me.Promete-me que vais optar por amar. Que quando houver a possibilidade de amar e outra possibilidade qualquer vais amar. Que quando te parecer que amar é inconsequente vais amar. Que quando tiveres a impressão de que amar pode doer vais amar. Que quando tiveres a certeza de que a amar é um mau caminho vais amar. Que quando amar puder existir vais amar. Que vais ter o discernimento de perceber que quando estiveres quase a morrer vais ver que as primeiras quatro imagens que te surgirão na cabeça serão de amor, e as segundas quatro também, e as terceiras e as quartas e as quintas e todas as imagens que puderes ver antes de morrer serão de amor e vão ser sempre de amor.

Promete-me.Promete-me que nunca vais prometer nada a ninguém. Muito menos a mim, que prometi nunca precisar tanto de alguém e agora te amo assim."

[Pedro Chagas Freitas]

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Procuro...

... ilustrador, designer, pessoa comum com jeito para o desenho (masculino ou feminino) que, ainda sem nenhum compromisso, queira analisar/amadurecer comigo a ideia de um possível projeto. Que tem, em parte, a ver com o blog e, portanto, com maternidade/paternidade!

sábado, 10 de dezembro de 2016

15 meses de ti (de nós!)...

... e mais uma vez o registo está atrasado, porque foi ontem! Mas eu ando zangada com o tempo que é tão fugaz que nem me deixa cumprir agenda!

Minha amorinha, com 15 meses estás uma crescida. Cada vez menos bebé e mais menina. 
- Andas por todo o lado. Uma desenrascada. Sabes onde é o quarto e a cozinha, porque quando te digo que vamos comer, és a primeira a chegar ao sítio. E, quando queres ir trocar a fralda ou divertires-te a tirar os milhões de produtos que estão no trocador, sabes onde te dirigir. De manhã, sais da cama, vens toda lampeira até à sala, braços na cintura em frente ao pinheirinho e, de sorriso rasgado: 'bóuas, bóuas' [gritas para as bolas].
- Estás na fase do Não! Até aprendeste a dizer não e abanar com a cabeça para reforçar a ideia. E detestas ser contrariada, fazes birras terríveis. Mas temos pena, os pais é que mandam! Esta é a idade em que testas a nossa paciência e capacidade de termos pulso firme.
- Tens 12 dentes. E estes últimos quatro que estão a nascer foram difíceis: deixaste de dormir, de comer e ficaste com um feitio irreconhecível por causa deles. Felizmente já rasgaram!
- Já tens um vocabulário bebezês relativamente composto! Dizes 'Bia', 'olá' 'cau' [cão], 'gato', 'aua' [água], 'olá', 'papá', 'mamã', 'pê' [chupeta], 'pêxe' [peixe], 'vuvu' [avô], 'pêa' [pêra], 'dá', 'mia' [minha], 'pada' [panda], 'bebé'... e todas as outras que agora não me lembro. Aprendeste uma palavra difícil, de tanto que a repetimos: obrigada. Então, quando queres alguma coisa, é ver-te apontar para o que queres e dizer logo 'bigaia', 'bigaia', na esperança de que a boa educação prévia nos amoleça o coração e nos faça dar-te o que queres! Espertalhona!
- Consegues cumprir ordens simples. Se eu te disser para ires buscar a chupeta, os sapatos, o copo da água ou o panda, já és capaz de o fazer!
- És a cara do teu pai e tens todas as expressões dele. E não penses que fico triste, muito pelo contrário. Costumo dizer que tenho muito orgulho em ver que és parecida com o homem que eu amo e que escolhi para teu pai! Mas, apesar estarem sempre a dizer que tens não sei quê da avó, mais não sei quê do tetravô, mais isto do tio e aquilo do vizinho, ignorando o facto de eu ser tua mãe, tenho-te a dizer que és loirinha como eu quando tinha a tua idade; que comes sem mastigar como eu; que és doce, mas nervosa como eu; que gostas de beijinhos e abraços como eu; que não me dás muito trabalho, tal como eu não dei à tua avó... and so on (o blog é meu, tenho direito a momentos de puro narcisismo!)

Sabes, meu amor, independentemente de tudo o que faças ou não faças, o que deverias fazer ou já fazes precocemente, só uma coisa importa: o nosso amor crescente por ti! Quero continuar a caminhar ao teu lado. Outras vezes, a deixar-te ir à frente, a desbravar caminho e a explorar o mundo. Quero deixar-te ser criança quando achares que já és crescida e que gostas da tua independência e deixar-te ser ainda bebé quando corres para os meus braços e te aninhas ao meu colo, a saborear cada abraço e cada beijinho. É indescritível o sabor que tem a palma da tua mão aberta a fazer-me festinhas no rosto. E eu tenho um desejo enorme de eternizar esses momentos. Escrevo, por isso, para nunca esquecer!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Ataque à árvore de natal!

Ontem foi o pai buscá-la. Quando cheguei a cria já tinha açambarcado meia pinha de chocolate! Apanhou o pai distraído ao telefone e... ala que se faz tarde!! Moche ao pinheiro 😂😂

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Bem-vinda de volta!

A semana passada foi difícil... terrível direi!
Chegámos da Serra da Estrela, com as rotinas todas trocadas. A cria foi um dia para a creche e apanhou todas as viroses possíveis e imaginárias: amigdalite vírica; diarreia vírica, febre vírica... bla, bla, bla. Juntemos a isso 4 dentes a nascer em simultâneo. Os maiores. 2 em cima e 2 em baixo. A boca sempre em sangue das gengivas romperem. Um abcesso gigante do lado direito. 
A rapariga gritava, berrava como se a estivéssemos a matar, dia e noite. Irritada, sempre aborrecida, insuportável. Não dormia. Não comia [creio que ficou dois, três dias sem meter nada à boca, só leite. Ela que é um verdadeiro aspirador]. Eu já andava em nervos. Comentávamos: "Eu não a reconheço. Será que a partir de agora vai ser sempre assim? A nossa Carolina doce transformou-se de vez e virá agora uma fase terrível?"
Felizmente, como diz o pai: "Temos a nossa Carolina de volta!" Já pede comida, está a dormir como um anjinho (e assim fica até de manhã, novamente) e desde há 3, 4 dias que já não lhe ouvimos um berro.

Bem-vinda de volta meu amor!!!


domingo, 4 de dezembro de 2016

Ser ou não ser Pai Natal... eis a questão!

Dúvidas natalícias paternais:
- Gostava de me vestir de Pai Natal este ano, mas será que ela se vai assustar?

[Só não sei se ele tem medo que ela nunca mais queira ver Pais-Natal ou perceba que é o pai e nunca mais o queira ver à frente!!!]

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Maçã assada!

Mini-férias. Hotel. 
Confinados àquele espaço, a solução era dar à rapariga o que lá havia.
Tenho uma filha com uma obsessão inexplicável por fruta (então pêras, é a loucura. É vê-la transformada, em transe, aos gritos 'pêa, pêa...'). Portanto, assim que viu o buffet de frutas, pediu tudo. Incluindo uma maçã assada, que eu prontamente lhe dei. Mas, o pai achou que aquilo tinha uma bebida alcoólica qualquer e questionou logo um empregado que efetivamente confirmou que a maçã tinha sido assada com um bocadinho de vinho. Foi o pânico:
"Tu embebedaste a tua filha! De certeza que já está bêbeda!"

[note-se que lhe dei o equivalente a uma colher de café de maçã. E que o álcool do vinho a altas temperaturas evapora!]




terça-feira, 29 de novembro de 2016

Com que então querias ver neve...

... toma lá com o maior nevão dos últimos não sei quantos anos, em pleno mês de Novembro, precisamente no fim-de-semana em que escolheram ir à Serra da Estrela.

Então, como correram essas mini-férias? 
Gostava de dizer que foram magníficas, mas não sei mentir! Foram uma aventura, isso sim!
Na 5ªf à hora de almoço lá fomos, para aproveitar a hora da sesta dela, porque assim a viagem corria melhor. E correu, efetivamente. Até chegarmos à Serra. Tivemos a maravilhosa ideia de seguir o caminho mais curto que o GPS indicava, ignorando o facto de esse caminho ser a descida pela Torre, ao invés de subirmos pela Covilhã. A dada altura, temi ficar ali, no meio do nada. O cenário era este:


Correntes de neve: não tínhamos!
Visibilidade: nenhuma. Um nevoeiro brutal.
Carros: passava um ou outro.
Neve nas bermas: a perder de vista.
Demoramos cerca de 1h e tal para fazer uns míseros 10 km e tememos ter de inverter a marcha. Mas chegámos bem ao hotel, não havia muita neve por lá. Pensámos, por isso, que o pior já tinha passado. Tão ingénuos!
Jantámos no hotel e, no dia seguinte, quando fomos tomar o pequeno-almoço, vejo o senhor meu marido, boquiaberto, a olhar pela janela e solta um: "aquilo é neve?"
Aquilo era isto:

São carros, sim? Cobertos de neve, no parque de estacionamento do hotel. Estrada, nem vê-la. Acessos cortados e nem sinal de limpa-neve!


Ainda abismado, pergunta o homem a uma das empregadas: "Como é que saímos daqui?"
Ela encolhe os ombros e diz-nos: "Hoje, infelizmente, ninguém sai. Estas condições atmosféricas apanharam toda a gente de surpresa. Estamos isolados. Os acessos estão cortados!"
Ok, fixe. Confinados a um hotel 24h. E sem perspetiva de que no dia seguinte pudéssemos sair. Hotel reservado em Lisboa e probabilidade de termos de pagar outra noite na Serra da Estrela. O cenário era maravilhoso. A juntar a isso, uma miúda de 1 ano, insuportavelmente chata, por estar farta de estar no mesmo sítio. Brutal. Foi mesmo o que planeámos!
O maridão ainda se aventurou a tirar umas fotos. Eu fiquei com a pestinha, que se fartou de andar de um lado para o outro, a explorar o hotel, a desfazer malas de 5 em 5 minutos e a fazer birras descomunais para dormir. Só chorava e dizia aos gritos: "Eu é bebé. Eu é bebé!"





No Sábado, quando acordámos, tentamos logo ver se conseguiríamos sair. Nevava imenso, mas os meios de apoio estavam a fazer um trabalho excelente de limpeza das vias. Havia um casamento (haja coragem!) e, quer os noivos, quer os convidados, estavam hospedados no nosso hotel. Como tal, tinham sido tomadas todas as providências para se conseguir, de alguma forma, aceder ao local. As estradas a meio da manhã estavam a ficar circuláveis, mas a questão era: "Como desenterrar o carro? E será que ele pega?"
Maridão mete mãos à obra e esteve cerca de 3h, de pá, a tirar a neve. Mudou de roupa duas vezes e ficou sem roupa para vestir! À tarde lá conseguimos descer a Covilhã, para finalmente almoçar a um preço decente! A 10km/h, num cenário assustador:


Nunca imaginei que fossemos encontrar algo assim. Queria ver neve, mas não tanto. Ao ponto de não conseguirmos fazer nada e termos os planos todos furados! 
Ah e tal, foi fixe? Querem a verdade: nhec, nhec... tão cedo não me apanham noutra. Se ainda ao menos desse para descansar! Mas, quem é que descansa com uma criatura chata, aborrecida, que descobriu as maravilhas da independência ao começar a andar e com 500 dentes a nascerem ao mesmo tempo? Ah, e tal, para a próxima vamos à Serra na Primavera! Deve ter mais graça! Coitados nos povos nórdicos que devem deprimir todos os dias e ter de se levantar 3h antes para preparar a logística!!!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

De volta às pérolas!

Sim, estamos de volta. Não pensem que abandonamos aqui o estaminé. Fomos só de mini-férias e deixamo-lo um bocadinho ao abandono. 
Pois, e as mini-férias correram bem? Essa é uma aventura para outro post - talvez amanhã - com mais tempo. A única coisa que vos posso adiantar é que, agora sim, vou descansar!!! Arreeeeee, que isto de sair da rotina com uma peste de 1 ano dá cá uma trabalheira. Agora percebo o cliché: "Férias com crianças pequenas não são férias!"

Para já, e para marcar o regresso, voltemos, então, às pérolas do paizão - que até eu já tinha saudades. Na 5ªf de manhã, antes de sairmos, estava eu a acabar de fazer as malas - sim, foram 4 dias em Portugal, mas mais parecia que emigramos 4 meses para a Conchichina. Digo-lhe eu:
- Levas o casaco grosso, quentinho, que eu te ofereci? [Era um casaco que ele gostava muito, que tem uma caveira numa manga, mas quem não souber, nem olhar com atenção, nem repara!]
- Não. Eu não ando com esse casaco com a miúda, que ela pode assustar-se com a caveira! Levo outro.

Pronto, continuamos na mesma, como podem ver!

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Mãe:

[A ti, mãe. A mim, mãe. À minha filha, se algum dia for mãe. A todas as mães...]

Estes dias li nas redes sociais um texto maravilhoso que dizia, entre outras coisas: "Mãe, desculpa tudo aquilo que nunca te disse. (...) Não quero ser fraca, nem quero chorar, mas se pudesse tornava-te imortal!" 
Fez-me pensar no que nunca te disse... e tu pensas que eu não sei/sinto...

Há uns anos, tinha eu 17, saía de casa para vir estudar para Braga. Nunca tinha saído da terriola para lado nenhum. Nem tu. Tinhas medo. Por ti e por mim. Não sabias como me ajudar, mas fizeste das tripas coração para arranjar contactos que me fizessem ter uma casa para morar, quando cá chegasse. Mas continuas a dizer que fui eu que me desenrasquei sozinha. Nunca o conseguiria sem ti. No dia em que vim, foste parar ao hospital. Nunca mo disseste, soube há muito pouco tempo. O teu sistema nervoso (que disfarças sempre brilhantemente) não te permitia respirar sem auxílio. Mas a tua voz firme, dizia sempre: "Vai, sem medo, que vai ser o melhor para ti. Vai correr tudo bem!" Mesmo que isso implicasse ficar 5 dias por semana sem mim.

Nunca saíste de Portugal e tens sonhos do tamanho do Mundo. Nunca te levei a viajar e nunca passei férias contigo. Perdoas-me sempre isso e nunca me cobras a presença.

Já tu, lembro-me como se fosse hoje, das vezes que íamos à feira juntas e eu (com uns 10 pares de calças no armário) pedinchava mais umas. Davas-me sempre que podias. Com os troquinhos que juntavas dos trabalhos extras que fazias. E às vezes lá me dizias com o olhar mais triste do mundo: "Oh Patrícia, faltam 5€. Se quiseres, vais ter de pôr do teu..." E deixavas de comprar o que te fazia falta. Ias ao talho e compravas fêveras para ti e um bife do vazio para mim. Dizias sempre que não tinhas fome, só para eu comer mais um bocadinho. 

Faço um esforço enorme, recuo no tempo, mas não me consigo lembrar de uma única vez em que te vi doente. Se algum dia estiveste, nunca te queixaste. Fizeste sempre o almoço, o jantar, os lanches, arrumaste sempre a casa. E, quando trabalhavas ao fim-de-semana, ainda deixavas a comida já feita, para ser só aquecer. Quando eu estava doente, fazias-me chá, cobrias-me, perguntavas-me de 5 em 5m como estava e se queria que fosses comigo ao médico. Seguravas a minha cabeça enquanto eu vomitava e davas-me religiosamente a medicação à hora certa, quando era necessário. 

Desde esse dia, há quase 15 anos atrás, nunca mais voltei para o ninho. E tu nunca te importaste. Nunca te queixaste. E como a vida, às vezes, dá fardos demasiado pesados aos mesmos, a vida levou também o teu filho (e toda a gente sabe que os homens são sempre os meninos das mamãs. E eu sei a relação especial que vocês têm) para outro país. Longe. Mas disseste-lhe sempre: "Vai. Vai correr bem. Vai ser o melhor para ti." Vi-te chorar na porta de embarque e eu tive de ser forte e secar internamente as lágrimas antes de as deixar cair. Naquele momento eras mais pequenina do que eu. Estavas a chorar nos dias seguintes, quando eu te ligava, mas a tua voz pronunciava sentimentos contraditórios: "Eu estou bem. Não te preocupes. Tens a tua vida, que é mais importante do que a minha. Vocês têm a vossa vida e eu estou feliz por vos ver encaminhados".

De repente, tens-me a mim, à tua neta e ao meu irmão longe de ti todos os dias. Não são 10m de caminho, em que possas ter o prazer de vir passear comigo quando te apetece, de ir buscar a tua neta à creche ou dar um abraço ao teu filho que é um menino tão especial.
E nunca nos cobras isso. Contentas-te com um telefonema, uma chamada de skype, um almoço de Domingo, de 15 em 15 dias, um sorriso da tua neta. E falas de mim com um orgulho inexplicável. Só de escrever isto já sinto os teus olhos a brilhar.
És despitada, falas alto, não tens muita opinião própria, deixas-te ir pelas ideias dos outros, tomas atitudes com as quais nem sempre concordo. Mas, mãe, tomara eu ter uma terça parte do teu altruísmo. És tão especial. Tão nova (conheço poucos amigos que tenham uma mãe com 53 anos). Tão bonita. Consegues, no meio do caos, ver sempre 'o copo meio-cheio'. E eu nunca te disse isto. Talvez porque nunca tinha sido mãe antes. E não sabia, ainda, que precisávamos de ouvir isto.

E sabes, mãe, tudo isto que fazes por mim já valeu a pena, porque (sem falsa modéstia) fez de mim a melhor mãe do mundo para a minha filha. E quero orgulhar-te tanto por isso...
Nunca to disse, mas tenho-te todos os dias na cabeça e no coração. Tu és a prova de que, quanto menos se tem, menos se precisa. Um dia destes, prometo que te levo a andar de avião. Vamos dar um abraço ao teu menino!

Sabes, mãe, 'se eu pudesse, tornava-te imortal'!



domingo, 20 de novembro de 2016

Novidades super pertinentes!!

[Estou a brincar, sim?
Ignorem a parte em que este vai parecer um post para encher chouriços, mas não tenho tido novidades engraçadas para contar. O palhacinho de serviço resolveu hibernar no local de trabalho e eu não tirei boa nota na disciplina de humor!!!]
Para já:
1. Ela já anda. No verdadeiro sentido do termo. Levanta - se sozinha e vai onde quer (em modo "bebi 1l de vinho ao almoço").
2. Desenvolveu uma obsessão pelo pápá! Acorda e chama o pápá, vai para a cama dele e enche - o de abraços e de beijos lambuzados. Bate palmas e canta "pápá, pápá, pápá..." e anda pela casa aos gritos a chamar por ele. A paranóia é tanta que agora diz que eu também sou o pápá! Ok!

É tudo... por agora ☺

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Afinal, há retorno!!!

Quando oferecemos alguma coisa à pimpolha, temos por hábito dizer-lhe: "O que se diz? Obrigada!"
E é isto em modo repeat!
Ontem dei-lhe uma bolacha, mas esqueci-me de repetir a ladaínha do costume! Mas ela fez questão de lembrar. Pega na bolacha e sai-se, muito depressa, com um:
'Bigáaaaaa'

[Derreti]

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Truques caseiros!

Já o disse vezes sem conta: a rapariga está numa fase difícil... birras. Sinto-me repetitiva, mas é porque é das coisas com que mais dificuldade tenho a lidar. Confesso que me tenho tentado converter à 'parentalidade positiva', mas há momentos que acho que resolveria num ápice com duas palmadas no rabo. Xiça, que acho que pertenço à geração do antigamente e estas modernices educacionais exigem a paciência que eu [ainda] não tenho.
Pois que a sô dona, sempre que é contrariada (mesmo por coisinhas irrisórias), começa a espernear, gritar, chorar lágrimas grossas e faz umas expressões de rir (tento controlar-me!). No Domingo, enquanto fazia uma destas cenas, o meu pai teve uma ideia genial. Pôs-la em frente ao espelho. Ficou tão envergonhada com o que viu, que se calou em 2 segundos! Maravilhoso de se ver!

domingo, 13 de novembro de 2016

Coisas que leio, ou... 'de como sou exageradamente lamechas!' #2

[Pedro Chagas Freitas]

"(carta de uma mãe ao mundo)


O mais irritante nos filhos nem é chorarem quando nascem; é fazerem-nos chorar quando nascem.

Se não fosses tão bonito, eu, agora que peguei em ti ao colo pela primeira vez, não choraria assim. Não pensaria em tudo o que, mesmo que tu tenhas acabado de nascer, já vivemos juntos. Não pensaria no quanto te desejava, desde sempre. No quanto te desejámos desde sempre. És o filho mais querido do mundo, ficas desde já a saber. E o mais bonito também, disso não restam quaisquer dúvidas. Todos os filhos são os mais bonitos do mundo, e se termos essa certeza absoluta em cada um de nós não servisse para salvar o mundo então que acabassem com este mundo de uma vez. 

O mais irritante nos filhos nem é serem giros; é eles saberem que são giros.

Se não fosses tão bonito, eu não estaria agora a abraçar-te quando tu bem sabes o que eu deveria estar a fazer. Olhas para mim com esses olhos, pedes perdão por mais uma asneira que fizeste, desta vez partiste a cama ao saltares lá em cima (“vamos fazer de conta que é um trampolim”) com o teu amigo Edgar, o teu amigo de sempre. E eu perdoo-te, como é impossível não perdoar quando és todo assim, impossível de não ser perdoado. Mas vê lá se ganhas juízo e passas a ser bonito e com juízo, fazes hoje seis anos e está na hora de começares a ser um homenzinho. Não cresças no que faz sonhar, por favor, e se crescermos em tudo menos no que faz sonhar não servisse para salvar o mundo então que acabassem com este mundo de uma vez. 

O mais irritante nos filhos nem é serem donos da nossa vida; é deixarem de ser donos da nossa vida.

Se não fosses tão bonito não tinhas encontrado uma mulher tão bonita, e tu só merecias mesmo esta. A tua mulher. Parece que tem o segredo da tua felicidade no interior do olhar. E eu só de saber que a amas assim já a amo tanto. Já não precisas de mim e tenho de o aceitar, tens a tua vida e resta pouco para te ocupares da minha. Eu cá andarei, sabendo que me queres bem e eu te quero bem. Às vezes ligo-te e digo-te que te amo, tu às vezes ligas-me e dizes-me que me amas. Às vezes apareces e quero que o abraço que dás à chegada dure para sempre, mesmo que saiba que vai mesmo durar para sempre, quando fecho os olhos ainda o sinto, o abraço é aquele que se sente quando se fecha os olhos, nada mais. És o melhor filho do mundo, o mais atencioso. Dás-me tudo o que podes e amas-me como podes. Continua assim, é uma ordem, e se amarmo-nos todos como podemos não servisse para salvar o mundo então que acabassem com este mundo de uma vez. 

O mais irritante nos filhos nem é serem lindos de morrer; é terem de nos ver morrer.

Se não fosses tão bonito saber que estou a ir não iria doer tanto. E olhares-me assim, com esses olhos profundos nos meus que aposto que já estão vazios. O fim do caminho nota-se pelo olhar, eu sei. Já fui tantas coisas mas o que nunca deixei de ser foi tua mãe. E se me perguntassem o que tinha sido na vida eu teria respondido sem hesitar: mãe do meu filho. Vou descansada, feliz até. Ficas em boas mãos, em boa vida. A tua mulher continua a mulher mais linda de todas, tu continuas o menino mais lindo de todos, as rugas ficam-te bem, meu sacana, vê lá a tua sorte. Agora deixa-me ir, eu estou bem, descansa, deixa-me ir em paz e vê se tratas bem da vida que te resta, e se tratarmos todos bem da vida que nos resta não servisse para salvar o mundo então que acabassem com este mundo de uma vez. "

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

14 meses de ti (de nós!)...

Foi ontem... mas não consegui registar o momento no dia devido, porque preferi não abdicar de meia hora de brincadeira com a pimpolha para escrever! Por isso, tenho a certeza que estou perdoada!

Com 14 meses:
- Nota-se, cada vez mais, a personalidade a ficar vincada. Tornaste-te especialista em teimosia e birras. E isso irrita-me profundamente, porque o respeitinho é muito bonito e a mãe gosta. Estou numa fase de aprendizagem para lidar com esta nova etapa. 
- Dás os primeiros passos sem auxílio. 
- Imitas tudo, repetes tudo, exploras tudo. A casa já teve de levar uma reformulação total. O teu papá, com o seu excesso de inteligência, tirou as fechaduras das gavetas e portas dos móveis e agora ninguém as consegue abrir! Segurança ao nível máximo!
- És tímida na creche, mas revelas-te em casa.
- Sempre que vamos passear, pedes às pessoas que te dêem 'mais cinco'. Como não te ligam nenhuma, dizes 'olhaaaá', 'olhaaaá'. Continuam sem te ligar, porque obviamente não te conhecem de nenhum lado, então decides dizer adeus, com a mãozinha, num aceno típico de princesa! [Na creche chamam-te 'Queen'!] É de chorar a rir!
- Continuas a adormecer às 19:30 e acordar às 08:00. Não quero 'meter nojo', nem deitar foguetes. Estou apenas a registar para ver quando a sorte acaba!
- Quando estás aflita, chamas a 'mamã', mas para a brincadeira o 'papá' é o menino dos teus olhos!
- Na creche, comes sozinha, com a mão direita. Mas em casa, como tens uma mãe inculta que não sabe que as crianças praticam 'a imitação por espelho' e se põe de frente para ti, para te dar a comida, tu pedes a colher, mas comes com a mão esquerda!
- Tens um fascínio por animais. Estes dias, oferecemos-te um cão de peluche grande. Ficaste tão em êxtase que pegaste nele e foste sozinha dar um abraço ao pai e a seguir deste meia volta e um abracinho à mãe. Sim, eu sei que foi mera coincidência, porque ainda não tens consciência do que é agradecer. Mas, naqueles minutos juro que só me apeteceu parar o tempo e acreditar que a vida é tão, mas tão mais perfeita agora!

Love you*

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Fazer a mala!

Vamos passar uns dias fora - espero eu que desta vez não marquem cirurgias nesses dias!

Digo ao homem:
"Vou ter de ir lá baixo à garagem buscar o saco de viagem."
Resposta óbvia:
"Temos ali a mala [minúscula]. Não serve?"

Coitadinho que ainda não percebeu que viajar 4 dias com uma criança de um ano equivale a levar malas para 4 meses! Ainda lhe vai dar um AVC quando perceber que tem de levar quase a casa atrás!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Coisas que leio, ou... 'de como sou exageradamente lamechas!'

E, se calhar, inauguramos uma nova rubrica.

Roubado descaradamente aqui e dedicado a todas as mulheres lamechas como eu que acreditam [muito] no amor e na força dele!
Podia inverter e dizer que me [re]apaixono todos os dias pelo mesmo homem, mas vou poupá-lo a isso que a criatura não gosta destas coisas melosas!!!

"OS HOMENS VIVEM IMENSAMENTE PREOCUPADOS QUE O CASAMENTO OS DEIXE COM APENAS UMA MULHER PARA O RESTO DAS SUAS VIDAS. NÃO É MESMO VERDADE!

Engracei com uma miúda de 16 anos cheia de graça e garra, destemida e bondosa. Apaixonei-me por uma rapariga de 20 anos cheia de projetos, ideias e sonhos. Casei com uma mulher de 25, completamente apaixonada pela vida, com uma quantidade infindável de amor para dar. Formei uma família com uma mamã de 27 anos de uma entrega, sensibilidade e responsabilidade fora de série. 
Enquanto formos felizes, nunca nos fartaremos daquela “única mulher”. Aliás, ficaremos bem surpresos pela quantidade de versões diferentes da mesma mulher que vamos conhecendo ao longo da vida.
Não fujam do casamento pois quando é com a pessoa certa, garanto-vos que tudo fará sentido!"

sábado, 5 de novembro de 2016

Engana tãooooo bem!!!

Ontem foi dia de reunião na creche, para ponto de situação acerca do desenvolvimento de competências da piolhita.

Entre outras coisas, lá na creche:

- Não identifica animais, nem sons. Pois, expliquem-me como é que nós fazemos a educadora acreditar que, quer durante o caminho para casa, quer cá em casa, parece um disco riscado: 'cau', 'auau', 'gato'...

- É muito tímida. Bem diz o paizinho 'convido a educadora a passar uns dias cá em casa e ela vai ver a timidez!' Ahah. Eu acredito que há dois tipos de crianças: as que são anjinhos em casa e pestinhas fora e as que são feras em casa e um doce fora. Estou em crer que a nossa pertence ao segundo grupo!

- Não identifica as partes do corpo. Ainda agora testei. Diz onde estão as mãos, os pés, a boca, o nariz e a cabeça. Sem hesitar, sem se enganar. Lá não! É mesmo do contra, pah!

- Não tira sozinha os sapatos. Mal saímos de lá, pusemo-la no carro e, pelo caminho, ouvimos um 'rrrssshhh', 'rrrssshhh'. Comentei com o pai 'está a descolar as tiras dos sapatos'. Espreitei e... txaram... estava a tirar os sapatos.

Conclusão [mesmo que ninguém acredite, porque ela faz questão de nos deixar ficar mal]: ela aprende as coisas e sabe fazer tudo, não se apoquentem senhoras educadoras e auxiliares. Só que só as reproduz quando não deve... ou quando quer! Temos personalidade de gancho!!!

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A importância do NÃO!

É senso comum: toda a gente sabe a importância de um não. Com os filhos, na vida profissional, na vida em geral...
Mas, como estou a tirar um curso (já disse que adoro estudar a vida toda?) em que um dos módulos é sobre comunicação assertiva, dou por mim a pensar mais seriamente sobre o assunto. Ou não fosse eu a pessoa que mais pensa na vida. A minha cabeça é um comboio em permanente movimento e isso às vezes irrita-me, cansa-me...
Há dias debruçamo-nos sobre assuntos que me fascinam (ou não fosse eu apaixonada por comportamentos). Mas houve uma frase que me marcou mais: "o problema de um não foram os sim's que dissemos antes!" Tão verdade! Por isso, minha filha, este conselho é para ti:

"Nunca te prendas à necessidade de ser aceite e ao medo das consequências ou de defraudar as expetativas, para não dizeres um não. Se é o que sentes, diz! Caso contrário, viverás aprisionada a uma vida que não queres, só com medo que aches que és a miúda mais fria e ranhosa lá da zona. Não esperes que os outros percebam que estás a dizer um sim que significa não. Porque há poucas pessoas suficientemente inteligentes para o perceber. E prepara-te sempre para ouvir o que não queres. Porque a nossa sociedade não está habituada a ouvir não's sem julgar. Dificilmente se conseguirão colocar no teu lugar e perceber o teu ponto de vista. O que lhes interessa é o seu próprio bem-estar, mesmo que isso interfira com o teu! E quando errares - e por cobardia, por medo, por simpatia - não tiveres coragem de dizer um NÃO, será sempre mais fácil encontrares alguém que te julgue, do que alguém que seja capaz de te ajudar a gostares mais de ti mesma!

Dou-te estes conselhos, porque sinto que, de certa forma, quero muito não ser uma mãe-galinha. Quero que voes, porque só assim vais conseguir perceber que há mais mundo, mais pessoas, mais sentimentos. Quero que saibas que, se precisares, vou estar sempre aqui. Mas haverá uma altura na vida em que eu estou consciente de que haverá alguém que precisará, também, de ti. E tu precisarás mais da presença de alguém!"

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Porquê?

Alguém me sabe explicar porque é que quando uma criança começa a dar os primeiros passos, toda a gente (mas toda a gente mesmo, sem exceção!) repete, em modo disco riscado:
"O importante agora é não a deixar cair!"


Mas alguém acredita que alguma criatura, no seu perfeito juízo deixe cair uma criança de propósito? É óbvio que temos de fazer o possível para evitar. Mas, se acontecer (seja lá onde for), temos pena! O segredo da vida é cair e levantar!!!

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Halloween

Na creche deram a indicação, caso pretendêssemos, para os miúdos levarem algo alusivo ao Halloween, hoje, desde que não fosse demasiado assustador, porque eles são pequeninos! Pensei em algo, mas a ideia brutal [só que não] veio do paizinho:
"Ela pode levar a máscara de Carnaval que eu tenho lá em baixo na garagem!"
- Em primeiro lugar, tenho algumas dúvidas que lhe sirva. 
- Em segundo lugar, não é suficientemente assustadora!!!

[Tentei encontrar uma foto da dita cuja e não encontrei. Como não me apetece ir de propósito à garagem, ficam só com a ideia de que é algo do género - atentem novamente no pormenor 'eles são pequeninos, tem de ser algo pouco assustador'!]


sábado, 29 de outubro de 2016

Carolina: o desenho animado!

Ontem caricaturaram a princesa. Olho para o trabalho (maravilhoso) e imagino-a em modo 'desenho animado'! (Re)apaixonei-me!!


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Os sapatos

Agora que ela começa a dar os primeiros passos, fomos comprar-lhe uns bons sapatinhos. Chegámos e diz o pai à funcionária da loja:
"O que nos aconselha? Mas, atenção, que eu quero uma coisa unisexo!"
A senhora franze as sobrancelhas e ele, percebendo o ar de dúvida, continua: "É que eu já estou a trabalhar para o rapaz e não quero gastar mais 50€ em sapatos!"
A funcionária, ainda com ar embasbacado, diz-lhe: "Pois, mas não sei se sabe que não deve usar os sapatos de umas crianças para as outras. É que se uma tiver alguma deformação nos pés, vai alterar a forma dos sapatos e, quando for calçado por outra criança, já vai estar a condicionar a forma do pé!"

Estamos sempre a aprender!
E não, não estou a pensar engravidar nos próximos dias!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Coisas que me tiram [bastante] do sério! #3

Ouvir 500.000 vezes:

"Vocês não sabem o que é ter um filho. Esta menina não dá trabalho nenhum!"

Esta é daquelas que mais me enerva. Não pela frase em si, mas pelo tom de desdém com que é pronunciada. Andei um ano sem saber o que responder. Até que a minha mãe (que, pela sua ingenuidade e naturalidade, tem poucas teorias acertadas, mas quando as tem...) me disse um destes dias:

"Oh filha, Deus não dorme. Tu também nunca me deste muito trabalho, portanto Ele achou que merecias uma filha assim. Que fosse um amor. Além disso, os filhos são, quase sempre, o reflexo dos pais. Logo, se ela é assim é porque estás a fazer um ótimo trabalho!"

Obrigada mãe <3

Quanto ao facto de ela não dar trabalho nenhum, lamento informar que, apesar de o pai querer a todo o custo uma filha sobredotada, a verdade é que a garota é só uma criança normal, de um ano, com todos os esforços que isso acarreta! Infelizmente ainda não muda a própria fralda, não toma banho sozinha, não anda, não lava nem passa a própria roupa, não cozinha, não me ajuda nas tarefas domésticas e, de vez em quando, ainda faz umas birras jeitosas. Portanto, ide mas é apanhar gambuzinos, que ela não dá trabalho mas é aos outros!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Coisas que me tiram [bastante] do sério! #2

Já falei sobre este assunto aqui, mas percebi que este tema dá pano para mangas e ter apenas um post sobre ele seria extremamente redutor! Vai daí, dou por inaugurada uma nova rubrica 'Coisas que me tiram [bastante] do sério!' E gostava que isto não fosse uma partilha unilateral. Gostava de não me sentir sozinha. Gostava de ver comentários de coisas que vos tiram do sério!

A principal mudança que eu senti desde que fui mãe foi a falta de paciência (não para ela, mas para os outros). Eu sempre tive uma paciência [quase] ilimitada, ouvia tudo, aguentava tudo, permitia tudo. Até que passei a barreira dos 30 e percebi (já vais tarde, dirão alguns de vocês; mas mais vale tarde que nunca) que tenho de me valorizar, que não posso continuar a viver a vida que os outros querem, que eu tenho de ser sempre a pessoa mais importante para mim. Assim sendo, a maternidade reduziu o meu nível de tolerância abaixo de zero. E, devido a isso, não consigo deixar que determinados comentários passem em branco. Mesmo que vos pareçam insignificantes, para mim já ultrapassam o meu nível de paciência! Portanto, ando a treinar as melhores respostas, usando da melhor maneira a minha (terrível) inteligência emocional! Aceito sugestões!

Adoro [not] que me digam:
"Se ela vivesse comigo, a meio da semana já andava!"

Pois, mas vive comigo. E, como eu respeito muito o ritmo da minha filha, ela há-de andar quando quiser! E, provavelmente, será mais tarde, porque ainda por cima - coitada - tem uma mãe badocha, que anda sempre mal das cruzes e não se esforça muito para a treinar. E, para piorar, esta mãe não faz questão nenhuma que ela ande muito depressa, porque isso implica ter de organizar ainda mais a casa e ter de andar sempre a correr atrás dela. Bolas, que raio de mãe lhe foi calhar na rifa!

Já pensei também chegar à creche e dizer às educadoras: 'Se ela estivesse em casa, em vez de estar aqui, a esta altura já andava, suas incompetentes!' Aposto que, com os anos de experiência que têm, já terão respostas à altura, que me serão muito úteis!

Adoro [not] a falta de humildade para reconhecer que os outros são tão capazes como nós!