Podia não escrever sobre isto... podia ignorar, porque o mundo inteiro nos obriga a assumir que está sempre tudo bem... podia ter medo das críticas... podia continuar a fazer-me de forte todos os dias e acreditar piamente que ser mulher-mãe é ser forte e aguentar tudo... mas não sou capaz, porque essa não é a realidade!
Porque há dias como os últimos, em que te sentes assolada por um medo inexplicável, uma fraqueza, uma irritação, uma tristeza, uma fragilidade, uma angústia, uma necessidade de existires só tu... e, pior do que isso, a perturbação de não perceberes porquê se tens ali o teu maior amor, a sorrir para ti como só ela sabe fazer; porquê se te sentes mais completa que nunca; porquê se a cumplicidade que sentes com aquele ser é a coisa mais apaixonante do mundo...
É muito difícil assumir que erras, engolir orgulho... é muito difícil assumir que tens saudades de te sentir de novo mulher, quando toda a gente à tua volta te vê unicamente como mãe... é doloroso sentires-te a fraquejar, mas teres medo que pensem que estás apenas a fazer-te de 'coitadinha'!
E, depois, há a culpa [muita culpa], porque existe ELA! E como posso estar a precisar de apoio, de mimo, de um abraço... se é suposto ser eu a assegurar que não lhe falta isso a ela! Porque ela é a prioridade.
Mas eu sei que, um dia, ELA vai crescer e vai ser mãe... e vai entender... e vai perceber que nunca falha o amor... e vai desculpar. Porque também ela vai acabar por fazer o que todas, mulheres-mães, fazemos. Vai chorar sozinha e secar as lágrimas em silêncio e vai sorrir. Como se a maternidade fosse perfeita! E às vezes é! Quase sempre é! Só por ela existir, já é!
[Isto foi só um desabafo, porque os blogs também servem para poupar dinheiro em psicólogos :D :D]
