segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Sanidade mental procura-se!

Calminha, que não é para mim!

Minha rica filha:
O teu paizinho tem imensas qualidades. Vê se as consegues distinguir e seguir-lhe os passos só nessas vertentes da sua personalidade. Estarei cá para te orientar!
O teu paizinho tem alguns defeitos. Lacunas, vá. Arestas a limar. Desorganização. Descuido. Esquecimento. Bagunça. Confusão. A criatura vive numa anarquia [des]organizada. Tens dúvidas? A mãe exemplifica. Quando fomos à Serra da Estrela, ele molhou as sapatilhas. Tirou-as e colocou-as na mala do carro. Num qualquer parque de estacionamento de Lisboa tirou tudo fora da mala, para tirar o teu carrinho. Chegámos a casa e nada de sapatilhas. 'Ficaram no parque de estacionamento!'. 'Ok, nada de novo, perde tudo.' As sapatilhas estavam em saldos e comprou outras, igualzinhas. Estes dias peguei no teu carrinho. Ele tinha-o guardado desde essa altura. O que encontrei? As sapatilhas do pai. As primeiras. Aquelas que ele (des)organizadamente colocou no carrinho, mas se esqueceu passado meia-hora. 

É isto, filha. São histórias destas todos os dias! Mas eu estou cá, para tas contar. Pode ser que assim percebas que compensa ser organizada! Não precisas de ser exageradamente, como eu. Mas hei-de ensinar-te um meio-termo que te vai ser muito útil 😉💓

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Ai, ai. Tau, tau.

A macaquinha de imitação deve ouvir isto recorrentemente. Porque agora, sempre que faz alguma asneira, olha para nós e diz: 'ai, ai'; seguido de um 'tau, tau' (e bate em alguma coisa que esteja à mão). E chega ao cúmulo de inverter as responsabilidades. Passo a explicar. Imaginem que atira um objeto ao chão. Finge que foi o respetivo objeto que se portou mal e diz-lhe 'ai, ai', precedido de umas palmadinhas!

[Contenho-me para não me escangalhar a rir].

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Da paixão... pelos animais!

Fomos ao Sea Life. Calculei que ela fosse gostar, porque apesar de ainda ser pequenina, tem uma paixão assumidíssima pelos bichos. E deve ser hereditária, pois lá nisso sai bem ao paizinho! Adorou, pois claro. Era vê-la, sem medo, agarrada ao aquário gigante das raias, frente a frente com os tubarões ou aninhada a contemplar todo um conjunto de peixes estranhos. E a gritar 'ôta, ôta' [que é como quem diz 'vamos passar para o próximo!']

(As fotos têm uma péssima qualidade, porque, obviamente, não se pode usar flash)








domingo, 22 de janeiro de 2017

Papá, o sensível!

Pai leva-a à creche. Chega muito cabisbaixo e triste. Sussurra:
- Foi o caminho todo a chamar o 'Manhele' [Manel].
Eu ri-me. Gargalhei até. E disse: 'Que fofa, é o melhor amiguinho dela. Gosta dele.'
Agora imaginem o olhar mais triste de toda a história, um ar muito sentido, o semblante carregado, a voz embargada e serena, meia descompassada, num tom arrastado de quem dá condolências e atira:
- Ai tu ris-te? Não respeitas os meus sentimentos. Isto magoa-me. A sério.

[Ao início ainda levei para a brincadeira. Mas agora acho que tenho um problema. Sério!!!]

Menina do papá. É muito amor!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Conta-me Hi(E)stórias#1

Dou por inaugurada uma nova rubrica! Sobre temas comuns. Com que muitos se identificam. Sobre coisas que leio. Que nascem de conversas com mães, pais, casais normais!

"A vinda de um filho muda muito a vida do casal!"
Que cliché!... Mas, à medida que o tempo avança, percebemos que as frases feitas existem por algum motivo! E fazem sentido!
Lembro-me de ser miúda (ingénua) e achar que, quando construísse uma família, ia ser um conto de fadas. E é! Só que as histórias têm todas um enredo!
Antes (sim, há um antes e um depois!):
não havia horários. Trabalhávamos sem hora de entrada e de saída e sem preocupações com horários de funcionamento de creches. Havia dois seres autónomos que viviam um para o outro. Que faziam amor a uma hora qualquer, em qualquer lugar. Que podiam levantar-se às duas da tarde e explorar um qualquer brunch. Que marcavam programas e viagens de improviso. Que tinham tempo. Para mandar mensagens sem motivo. Comprar (ou colher) uma flor só para lembrar que se comemoram meses/anos de namoro/casamento. Havia o fogo de uma paixão avassaladora. Tinha-se medo de perder. Não se dava nada como adquirido e, por isso, faziam-se esforços. Mais esforços. Haviam planos e sonhos. 
Depois esses planos ganham um nome. Deixa-se (ou troca-se) o emprego, porque se definem outras prioridades e precisam-se de novos estímulos e desafios. Há anos sem férias. Acorda-se às 7:30 da manhã.O cansaço é maior e as horas de sexo desenfreado são trocadas por sonos profundos. Os fins-de-semana são passados, rotineiramente, a dormir ou a mexer no telemóvel, no sofá de casa dos pais ou dos sogros, enquanto se espera que o tempo passe. Há horários e rotinas que não se quer quebrar, sob pena de 'se mexer, estraga'! O tempo deixa de ser a dois e passa a ter de ser organizado a três. E o amor, apesar de se multiplicar, também tem de se dividir! E passamos a enredar-nos, muitas vezes, numa teia complexa. Discutem-se tarefas que não são divididas equitativamente. Cobra-se tempo de antena e atenção. Deixa-se de ter o mesmo tempo para namorar e relembrar datas importantes para os dois, mas lembra-se sempre, religiosamente, o dia em que o terceiro elemento da casa faz meses de vida. Prendemo-nos a uma obrigatoriedade instaurada de rotinas e visitas à família. Esquecemo-nos de falar sobre as nossas qualidades, de relembrar momentos a dois e de fazer novos planos. Passa-se muito tempo em silêncio (mesmo que o tempo que se passe junto já seja pouco!) e não se estimula a proximidade de outrora, porque nos perdemos a falar dos novos feitos da nova criatura que nasceu entre nós! E, às vezes, quando finalmente há tempo, parece que há um vazio.
E, no entanto, no meio do turbilhão, todos dizem o mesmo. Que esta é a vida que sempre sonharam! E que é o conto de fadas que vai ter um final feliz. Porque, um dia, esta fase esquisita (carregadinha de sentimentos contraditórios) vai passar e seremos novamente dois a precisar tanto um do outro!

Por tudo isto, quero pedir-te desculpa. Pelas vezes em que me esqueço de dizer que gosto de ti. Que te amo acima de tudo. Porque há um coração a bater fora do meu peito que passou a ocupar o mesmo espaço que tu, mas isso não é desculpa. Só que, quando chegas, eu já lhe disse mil vezes o que te deveria ter dito a ti. E fico em silêncio, ignorando que vocês os dois são duas pessoas diferentes. Talvez seja isso que acontece contigo também. Pelo menos é nisso que eu acredito. Que as flores que deixaram de chegar, os abraços que foram sendo menos recorrentes, os minutos que são passados a olhar para um ecrã de telemóvel, com gestos monótonos e padronizados, as horas que ficas em silêncio... é o resultado do tempo que dedicas a outro amor.
Mas, apesar deste amor gigante e avassalador que passou a existir no meio do nosso, quero que te lembres sempre (quando te esqueceres, vens aqui e lês, que é para isso que escrevo!) que tu foste a minha primeira e única escolha. Casei com o único homem com quem namorei e por quem me apaixonei, certa de que seria para toda a minha vida. Porque acreditaste sempre em mim, mais do que eu própria. Me limpaste muitas lágrimas, quando elas teimavam em cair. Dizes sempre que sou lindíssima sem maquilhagem, mesmo quando me sinto o Shrek. És a única pessoa no mundo a quem me dou a conhecer de forma transparente e sem medos e que me encoraja, todos os dias, a ser mais do que aquilo que eu acho que consigo ser.

Um dia esta fase vai passar. Esta fase em que a vida nos desafia a querer ser dois, sem deixar de ser três. E, numa altura em que seremos certamente muitos, voltaremos a ser só dois novamente!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Tens uns olhos tão grandes... é para te ver melhor!!!

Pai: "Ela é tão liiiiiindaaaaaaa [repete isto 600 vezes ao dia!] e tem uns olhões [esta repete 500]. Mas nem eu tenho assim os olhos tão grandes. De certeza que ela é mesmo minha filha?

Não, é do padeiro, amor. Eu não te queria dizer nada, mas agora que perguntas!
De qualquer das formas, o olho é o único órgão que permanece praticamente do mesmo tamanho desde o nascimento até à idade adulta. Daí acharmos que muitos bebés têm olhos grandes, se pensarmos proporcionalmente! Portanto, até podia ser filha do mecânico, que se ele se focasse nos olhos, continuaria com dúvidas quanto à paternidade! 😄😄😄

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Ideias precisam-se!

A pequena está numa fase gira, em que começa a achar graça às atividades e a perceber muitas coisas.
Como tem estado bom tempo, ontem lembrei-me que era giro irmos visitar uma Quinta Pedagógica (em Real - Braga) e, claro, adorou. Sempre a imitar os sons dos animais, a gritar 'papo, papo' (pato, para quem não percebe bebezês!) e admirada porque os animais faziam mesmo sons!
Acontece que está um frio do caraças! E o pai despachou a coisa, com medo que a cria congelasse. Ela bem ripostou, mas não teve grande hipótese! Quando tiver consciência, vai perceber que este protecionismo tende a piorar!!!
Portanto, se alguém tiver ideias assim mesmo para cima de espetaculares, de atividades dentro de portas (em Braga, Porto... arredores), fico muito agradecida pela partilha! [Sim, já sei que existe o pumpkin.pt!!!]

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Carta a ti, meu futuro genro!

Agora que ela vive a primeira paixão, faz sentido debruçar-me sobre este assunto! Ahah.
Eu, pessoa imensamente teatral, me assumo. Passo a vida a imaginar toda uma panóplia de cenários para a minha vida. Incluindo a possibilidade (diabo seja cego, surdo e mudo) de não estar cá daqui a 20 ou 30 anos e, por isso, ficam já os recados dados!
A carta é para o homem que for responsável por arrebatar o coração da minha filha. Mas quero que ela a leia, também, com atenção. E saiba que não pode contentar-se com menos do que isto. Deve ser meiga, paciente, resiliente... mas nunca desistir de si. Viver em função do outro não é ser feliz, nem altruísta. É só matar os sonhos! 
Portanto, meu querido genro:
- Ela não vai esperar que a ajudes. Porque eu vou educá-la no sentido de lhe ensinar que uma relação a dois é um negócio em que ambos são sócios e, portanto, o trabalho é partilhado. E espero que também te tenham educado nesse sentido.
- Levas uma miúda tão doce, um coração delicado e os melhores beijos, abraços e gargalhadas do mundo dentro de um espírito livre e de uma personalidade forte. Ela vai gostar de um tipo sensível, que diz o que sente, que não tenha medo de parecer ridículo e que nunca ponha em causa a confiança que ela tem nele.
- Não lhe digo sempre que está certa. Sei que educar é corrigi-la, ralhar com ela, dizer-lhe que não tomou a atitude certa, mostrar-lhe os melhores caminhos. E espero que tenham feito o mesmo contigo. Estou a ensiná-la a respeitar, a partilhar, a dizer-te que te ama, mas sobretudo a mostrar-te, com atitudes, isso todos os dias.
- Ela vai precisar de abraços, de beijos, de elogios, todos os dias. Mesmo quando a ensino a ser independente, forte, destemida, desenrascada e com uma boa auto-estima. Vai apreciar que caminhem de mãos dadas e que se beijem apaixonadamente. Espero que estejas à altura.
- Ela não se vai importar que saias para uma noite de copos com os teus amigos, mas vai esperar que no fim-de-semana seguinte reajas da mesma forma com ela. Ou, então, que o façam sempre juntos. Disso ela vai gostar. Que tenham planos juntos e que aproveitem todo o tempo que têm livre para serem felizes juntos. Estou a ensiná-la que a família está sempre em primeiro lugar.
- Ela não se vai importar de ficar a tomar conta dos vossos filhos para que possas dormir mais um bocadinho. Mas vai esperar que no dia seguinte faças o mesmo com ela. Que a deixes descansar ou cuidar dela e fiques umas horas com eles.
- Ela vai amar e respeitar a tua família como se fosse dela. E vai esperar que também o faças com a mesma dedicação. Sem egoísmos, nem comparações.
- Vou ensiná-la a amar-te como um príncipe. A não desistir à primeira contrariedade. Mas, também, a não se contentar com menos amor do que aquele que o pai lhe dá.

Talvez seja esta a razão pela qual sempre desejei ter filhos homens. Apaixona-me o desafio (dificílimo) de os educar para seres grandes homens, grandes namorados, grandes amigos, grandes pais. Quero muito ter o privilégio de ensinar alguém a tratar as mulheres como gostariam que um homem tratasse as suas irmãs ou as suas filhas. Quero muito corrigir. Elogiar. Abraçar. Ensinar a partilhar tarefas domésticas. Ensinar que as coisas não se resolvem com gritos, mas com diálogos. Mostrar que as mulheres são fortes, mas delicadas. Que podemos ter opinião, mas não abafar os outros. Que o machismo não os leva a lado nenhum. Que a ternura e a delicadeza não são coisas só de mulheres. Que elas vão gostar que eles as surpreendam. Que a presença não é só física.

E que tudo isto nunca pode ser unilateral. Reciprocidade. Porque o amor morre, na maior parte das vezes, quando se acha que está tudo bem!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Não foi o pai...

Esta tirada não foi do pai, mas merece destaque aqui. Sempre que me lembro parto-me a rir!
Jantar de Reis. Diz a Carlinha:
'Não sei porquê, mas a Carolina faz-me lembrar a minha avó!'
Questiona, muito peremptoriamente, Mary John:
'Porquê? Não tem dentes?'

(Mary, a minha filha tem 12 dentes. Mais uma dessas e quem fica parecida com a avó da Carla és tu!!!)
[ler com sentido de humor, sim?]

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

16 meses de ti (de nós!)...

E hoje completas mais um mês de vida, meu amor. Estes registos são importantes para mim, que gosto de imortalizar momentos! Sinto que, assim, te recordo sempre bebé! Ingenuidade? Simplicidade! Lamechices? Amor! Saudosismo? Recordação!
Nesta fase, todos os dias são uma novidade. Diria até que temos novidades de hora para hora!
Com 16 meses;
- Continuas a dormir 12 horas/noite. Despacho já este item em primeiro lugar, porque sei que é uma questão sensível, que dá vontade de me chamar todos os nomes e mais alguns, porque sou uma sortuda e ainda venho para aqui meter nojo e bla, bla... portanto, para não haver tempo para mais lamentos, passemos já para o seguinte!
- Apaixonaste-te pelo 'Manhele'. Adoro ver o carinho com que vocês se tratam os dois e a ternura com que dás beijinhos na foto dele que está no cacifo ❤
- Já andas muito bem, de forma autónoma e sem parecer que acabaste de beber uma caneca de tinto. 
- Comer é outra das maravilhas. É preciso esconder-te a comida. Caso contrário, temos de te ouvir em modo 'disco riscado, 'Maish, maish', mesmo que estejas empanturrada! E não desperdiças nada. Basta veres uma migalha ou comida ressequida na cadeira da papa ou no meio do chão que tratas logo de a reciclar! Mnham!
- Já te expressas muito bem. Trocaste o 'mamã' e 'papá' pelo 'mãe' e 'pai' - já a falar como uma crescida! Sabes distinguir as partes do corpo, os sons de quase todos os animais (menos o gato, hei-de perceber porquê!). Imitas todas as palavras novas que te ensinam, mesmo que te esqueças delas 2 segundos depois! Adoro quando começas a falar bebezês, muito depressa, como se articulasses frases muito elaboradas, mas ninguém percebe nada do que dizes!
- És teimosa. Muito teimosa. E isso, normalmente, culmina em birrinhas. Já disse que esta é a parte em que eu preciso de treino para aprender a lidar. Acho que a fase há-de passar, mas como tenho a teoria de que a personalidade começa a construir-se agora, tenho de ser firme e, aqui, tenho medo de fracassar!
- Se alguém te levanta a voz, fazes beicinho e choras, com um ar muito sentido!
- Adoras que te desenhemos um sol na palma de cada uma das mãos. E lá andas, toda contente a mostrá-lo até desaparecer e soltares um 'ohhhhh'.
- Tens um fascínio por animais e gostas que te leia, sistematicamente, o livro do 'Gatinho'.
- Dizes que não a tudo. 'Gostas da mãe?' 'Nhão' [acompanhado sempre pelo abanar da cabeça!]. Tens cócegas e dás gargalhadas deliciosas. Aprendeste a andar para trás e gostas de te armar! Adoras dançar e trautear com a língua todas as músicas. 

Nunca pensei que, com 30 anos, me voltasse a apaixonar. Mas, contigo, aprendi que posso viver em modo paixão todos os dias. E que é assim que sou infinitamente feliz!

domingo, 8 de janeiro de 2017

O pai nas consultas de rotina...

[Antes de mais, vamos contextualizar. O paizinho tem o vício de, de vez em quando, pegar na rapariga de cabeça virada para baixo. Uns segundos, de longe a longe, porque ela acha um piadão e ri-se às gargalhadas! Sempre que eu vi aquele cenário nunca disse nada, porque, mesmo sabendo que obviamente não era algo muito saudável, a verdade é que ele fazia isso tão esporadicamente que sempre achei que não haveria problema nenhum. Pois que a criatura teve a feliz ideia de, a meio do jantar de natal, o que significa um aglomerado de pessoas sedentas por lançar palpites, dizer, de forma muito pormenorizada, o que fazia à cria. Resultado: 'Meu Deus, Nossa Senhora, isso faz muito mal à saúde'; 'olha a moleirinha dela'; 'o sangue sobe-lhe à cabeça e isso pode causar doenças graves', 'os órgãos saem todos do sítio'. Ele, que é daqueles em que acredita sempre no que lhe dizem, desde que não seja eu a dizer (porque o que eu digo é sempre posto em causa, só os outros é que têm o dom da verdade!), solta: "Até vou perguntar à pediatra!"]

Estes dias, lá fomos à médica. Medições normais, pesagens normais, auscultações normais, questões normais e pai (anormal!!!):
[Ele]: Eu costumo pegar nela ao contrário, quando estamos na brincadeira e disseram-me que isso fazia muito mal, que os órgãos podiam sair do sítio...
[Médica]: Revira os olhos, olha para mim numa tentativa de perceber se ele estava mesmo a falar a sério e a seguir com ar de 'dahhhhh' diz: Nãoooooooo. Ela gosta, não gosta? Vocês está 20 minutos com ela virada de pernas para o ar? Continue a acreditar em tudo o que lhe dizem...

[Coitadinho, é pai. Demora a perceber aquilo que, nós mães, aprendemos logo na gravidez: não pedir palpites. Guardar determinadas atitudes só para nós. E, mesmo assim, quando toda a gente tem uma teoria sobre tudo, sabemos que o correto é ignorar e sorrir. O nosso instinto é sempre o maior!]

Mas não ficou por aqui. No outro consultório, enquanto a médica fazia as perguntas habituais de rotina, o pai questiona, muito admirado:
- Ela já tem tantos dentes. E já diz tanta coisa. É normal?
- Ficava preocupada se o pai me dissesse o contrário!
[A dada altura acho que ela achou que caso se alongasse mais, ele arranjaria uma qualquer deixa para fazer perguntas estranhas! Então sorriu, desejou-me sorte e disse que já estava na hora de pensar em fazer outro - filho. Acho que pensou que o paizinho tinha tempo de sobra para pensar em coisas... parvas!]

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O primeiro amor!

Apaixonou-se. Pelo Manel.
Não há dia em que, antes de vir embora, não se abrace ao Manel, a dar-lhe beijinhos. Dão as mãos, sorrisos envergonhados e olhares cruzados. 
Chega à creche, olha para a foto dele nos cacifos e dá-lhe beijinhos.
Em casa, chama carinhosamente 'Manhele' ❤

O pai: "Estou muito desiludido com a nossa filha. Tão pequenina e anda nessas intimidades com o Manel. Não estou a gostar da brincadeira!"

[Ahahahahah]

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

E para terminar...

... estes habituais textos de final/início de ano, que já enjoam, debruço-me sobre a lista de desejos para 2017. Nunca fiz uma lista (só mental, e a verdade é que a memória já não é o que era!), mas já percebi que, como sou tão certinha e organizada, escrever estas ambições responsabiliza-me e dá-me uma certa 'pica' para ir riscando os objetivos atingidos. Assim sendo:

- Arranjar um emprego. Fez-me imensamente bem este tempo de 'retiro', mas está na hora de voltar. Não estive parada (nem sei!), investi inclusivamente na minha formação, mas agora preciso de mais. Adapto-me a muita coisa com facilidade e estou desejosa de fazer coisas novas, trabalhar com pessoas diferentes, contribuir com ideias novas, sentir-me útil e enriquecer profissionalmente.
- Dizer mais vezes às pessoas que as amo. Este Natal entreguei à minha mãe o texto que tinha escrito aqui no blog sobre ela. Numa folha em branco, manuscrito. Por fora no envelope, escrevi algo do género: 'não quero fazer parte do grupo de pessoas que só diz às pessoas o quanto as ama quando as perde!' Ela chorou de felicidade e eu percebi que foi o melhor presente que recebeu na vida e que tenho de o fazer mais vezes com todos os que amo. E aqui entra, também, a parte de ir jantar com a minha Aninhas, passear com a minha Sofi, tomar um chazinho com a minha Xana e com a minha Maria... e por aí fora! Dedicar mais tempo, de qualidade, com os meus amigos!
- Fazer mais exercício físico e comer melhor. Tenho uma relação difícil (de dependência emocional) com a comida e sofro de preguicite aguda no que ao desporto diz respeito. E isto tem de mudar. Preciso de perder, no mínimo, 5 kg (deviam ser mais, mas dizem que as metas têm de ser exequíveis, não é verdade?). Cuidar mais de mim, voltar a ser mais vaidosa, q.b.
- Fazer um curso/workshop/ler sobre mindfulness, coaching. Deixei um processo de coaching a meio no ano de 2016. E quero mais. Sinto que preciso de mais. De mais calma, mais paciência, de mais tolerância, de mais resiliência, de maior capacidade de ser assertiva... A minha cabeça é um trem em permanente movimento, pára apenas uns segundos em cada estação, mas com o avançar da idade os trilhos têm sido mais difíceis de percorrer!
- Passear mais a 3. Desde que me lembro de ser gente, ainda brincava com bonecas e sonhava, quando tivesse filhos, ir ao circo, ao Jardim Zoológico, passear no parque, ir à praia... Já tenho mais de 30 anos, já não brinco com bonecas, mas os sonhos são os mesmos. Sei que é isso que as crianças levam de melhor, é isso que recordam, é isso que faz parte do seu desenvolvimento, é isso que fortalece a família que acabamos de criar e é isso que não nos vamos arrepender de não ter feito, quando eles forem adultos!
- Namorar mais. A vida às vezes não ajuda, não colabora. Os horários que ele tem fazem-me sentir a falta. Quando faço jantar só para um (seja para mim, em casa; ou para ele, para levar); quando a cama é demasiado grande nas noites em que estou sozinha e os pés ficam demasiado frios; quando a miúda chama em modo repeat 'pápá, pápá' quando ouve as portas dos vizinhos a bater; quando o pouco tempo que temos é dedicado só aos outros; quando há dias em que só falamos por telemóvel, porque eu durmo de noite e ele dorme de dia. Temos de namorar mais. O amor precisa encarecidamente de ser alimentado. Porque o amor que nos juntou é simples, mas na maioria das vezes a vida é complicada!
- Visitar o meu irmão em Inglaterra. Dois em um. Dar um beijo ao puto e viajar. Conhecer. Enriquecer culturalmente. Alguém dizia um dia que viajar é a única atividade em que investimos dinheiro para nos tornarmos mais ricos!

Para já, a um nível geral, é isto.
Que 2017 seja um ano, efetivamente, ímpar!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Palavras que podiam tão bem ser minhas!

[Desejo para 2017: Equilibrar mais os pratos da Balança! Olhar mais para mim, para os meus interesses. Ignorar aquilo que os outros possam pensar e parar de querer agradar a gregos e troianos. O saco enche. E seria muito melhor ir esvaziando do que deixar rebentar! Não vale a pena ser diplomática quando achamos que isso nos prejudica. Deixar de complicar: de não dizer para não magoar e de dizer e ficar arrependida, porque ninguém esperava que afinal sabia ser franca. Já percebi que não é por isso que serei mais feliz! E já percebi que, com a idade, o saco fica mais curto!]
Claro que tenho uma lista de desejos maior e mais fáceis de concretizar, sendo que não envolvem a minha inteligência emocional que roça níveis abaixo de zero. Mas fica para um próximo post!

Roubado descaradamente daqui:

"A idade tem-me conferido uma característica que, aos olhos de uns pode ser uma virtude, aos olhos de outros um enorme defeito.

O meu signo de balança, sempre carregou em mim o dom da diplomacia. Isso às vezes dá uma enorme trabalheira porque uma pessoa anda sempre aflita para a esquerda e para a direita a tentar fazer as coisas direitinhas de forma a não ferir susceptibilidades. E depois parecemos umas baratas tontas a tentar agradar a todos sem magoar ninguém.

Sempre dei voltas ao discurso para tentar dizer as coisas de forma a não agredir, a não exaltar.

Sempre tentei por paninhos quentes nas discussões de terceiros.

Sempre tentei que uns calçassem os sapatos de outros.

O tempo têm-me feito mudar. Não sei se lhe posso chamar maturidade, porque às vezes é simplesmente estúpido. Mas a franqueza é algo que tem vindo a ganhar terreno e isso não é propriamente bom!

Já não consigo ficar com coisas por dizer! Sejam elas óptimas ou terríveis. E mesmo que tente usar a minha diplomacia para dizer coisas que às vezes não apetece aos outros ouvir, a verdade é que, mesmo disfarçadas de fofinhas, são sempre coisas que não apetece ouvir. Mas também não me poupo de as dizer. Não que queira magoar, mas porque acho que a pessoa tem de saber. Ou porque acho que tenho de o dizer. Isto é uma grande baralhada!

No fundo sou sincera porque acho que é o mais correcto e às vezes sou sincera demais. E às vezes isso não leva a nada. Mas porquê ficar com as coisas guardadas? Porquê ficar a remoer uma coisa nas costas? Acredito que é preferível dizer.

Tento na mesma fazê-lo da forma mais diplomática possível. Mas tenho noção que se calhar, às vezes, devia era ficar calada."