segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Olá Rodrigo! Feliz Natal!


Imagem retirada do google

Depois de uma ausência, pelos melhores motivos, regresso ao blog na condição de mãe de dois! O Rodriguinho nasceu a 12/12, às 16:30 (já a irmã tinha nascido a 09/09 - portanto há toda uma qualquer tendência dos meus filhos por capicuas!)

Hoje é noite de Natal. E, este ano, ele é o nosso melhor presente!

Quando, às 32 semanas, lhe foi diagnosticada uma malformação cerebral rara, imaginámos tudo, menos esta perfeição. Embora, aos nossos olhos, ele fosse sempre perfeito! No meio de tudo, a vida tem sido generosa. 

Hoje é noite de Natal. E ninguém precisa de se esforçar muito com os presentes. Já temos o nosso.

Hoje é noite de Natal. E se me fosse concedido um desejo, a única coisa que pediria era que nunca fosse permitido a uma criança sofrer! Depois dos murros no estômago que se levam nas salas da neonatologia, esse era o único presente que eu queria muito receber. Não sendo possível, desejo a todos que vivam a vida ao máximo enquanto nos for dada essa oportunidade, porque, afinal, nós não somos nada!

Hoje é noite de Natal. Sejam felizes. Mas não só hoje. Todas as noites. E todos os dias!

Boas Festas!


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Até amanhã, filho!

Amanhã nascerá o nosso filho. Não sabemos em que condições. Mas temos esta certeza de que amanhã ouviremos o seu choro. E não imaginam o conforto que isso me dá. 
Porque, quando fiz a ecografia morfológica do 3º trimestre, numa fração de segundos, cheguei a achar que ele estava morto. E essa era a única certeza dolorosamente irreversível. Que respeito, ainda maior, ganhei pelas mães que perdem os seus filhos durante a gestação! 
Amanhã vamos ter um bebé que será um verdadeiro kinder surpresa! Mas vamos tê-lo! E não há nada melhor do que isso! 

[Nem de propósito, acabei de ouvir uma frase de uma entrevista da Maria Cavaco Silva, a dizer algo do género: 'todos os nossos meninos são de ouro. Mas este é o nosso menino de ouro e diamantes, porque o verdadeiro amor é fruto de uma luta em que nunca se atira a toalha ao chão!']

Até amanhã, filho!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Pérolas soltas #8

Vamos falar de corrimento. Lamento. Os mais sensíveis nem precisam de continuar a ler! 😂
(Mas prometo não ilustrar com imagens, como nos famosos grupos de mães do facebook!)

A minha filhinha (como todos, presumo!) adora importunar-me quando estou na casa-de-banho. E o passatempo preferido dela nesse local é inspeccionar a minha roupa interior, para ver se tenho corrimento, próprio da gravidez, e pergunta-me: 'queres um penso?'

Estes dias, lá estava ela, na pele de obstetra e eu resmungo:
'O que é que estás a fazer pah? Deixa-me descansadinha e vai mas é continuar a brincar!'
Resposta pronta:
'Estou só a ver se o mano já fez o servicinho do costume!'

👀🙈🙈🙈

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Às mães (im)perfeitas!

Ao fim de 9 meses, permiti-me quebrar e sucumbi às hormonas e ao aproximar da data do parto! E chorei!

Chorei quando a minha filha se abraçou a mim, a semana passada, a choramingar e, entre beijos amorosos e abraços apertadinhos me disse: 'vou ter tantas xaudades tuas quando fores para o hospital!'

Chorei quando percebi que não aproveitei devidamente esta gravidez, por achar que se iria repetir e agora, que está a chegar ao fim, consciencializar-me de que talvez seja a última, por não nos imaginarmos com coragem de voltar a ter outro/a filho/a.

Chorei quando me lembrei que não sabemos em que condições o nosso filho nascerá e que, daqui a uma semana, não o poderei proteger mais do mundo, dentro de mim.

Chorei quando pensei que está toda a gente tão focada nesta criança, que se vão esquecer que, a par com ele, está uma mãe que também precisa de amparo. Não sei ser hipócrita. Os meus filhos são a minha prioridade, mas eu serei sempre tão importante quanto eles. Se eu não estiver bem, nunca poderei ser a melhor mãe possível!

Na realidade, chorei eu e choramos todas - um dia. Porque as mães perfeitas só existem nas histórias de encantar, não na vida real! Choramos e não somos, por isso, mais fracas, nem menos capazes. Mais do que isso, acredito que assumir fragilidades é o maior sinal de força! Porque, no dia seguinte, enxugamos as lágrimas e pomos o nosso melhor sorriso! A maternidade é mesmo assim: (im)perfeita e esquizofrénica. E só faz sentido dessa forma! 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Pérolas soltas #7

A perspicácia das crianças continua a deixar-me boquiaberta!
Ontem, enquanto eu me vestia, a minha mãe baixou-se e apertou-me os atacadores das sapatilhas. Eu, refilona, contesto:
'Oh mãe, por amor de Deus, não estou inválida. Eu consigo calçar-me!'
Carolina franze o sobrolho, olha para mim e riposta em tom de censura:
'Não podes ser assim. Tu também ajudas-me. Por isso, se a vó Mila é tua mãe, tens de deixar ela ajudar-te!'
😵😌

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Queixinhas!

Esta gravidez tem sido vivida da forma mais atípica que se possa imaginar. Com muitas dores e cansaço, física e emocionalmente! Têm sido dias compridos, incertos.
No início, todo um conjunto de maleitas (normalíssimas), mas que, para mim, eram novidade, pela intensidade. 
Mal eu sabia o que me esperava! E que, de entre todos os exames, análises, recolhas de sangue, ecografias, toques,... o que mais me iria custar eram as duas (na realidade quatro - mas feitas duas a duas) ressonâncias magnéticas fetais que tive de fazer no último mês. Decididamente, quem inventou aqueles túneis nunca sofreu de ansiedade, ataques de pânico, claustrofobia, nem estava grávida de 9 meses e a sofrer do síndrome da veia cava - provocado pelo peso da pancinha! Aquilo foi demoníaco! Das duas vezes, uma luta interna, externa e uma sensação de que tinha sido atropelada por um camião! E, antes que contestem, sim, aquela porcaria não dói nada, é uma horinha deitadinha e eu, genuinamente, achei que o faria com uma perna às costas. Até me deitar. Irra, que o raio da mente é mais difícil de controlar do que o corpo! Aquilo não mata, mas mói!
E pronto, esta gravidez tem sido assim. Vivida em apneia. E nós, que sempre soubemos que queríamos ter mais filhos, deixamo-nos de certezas absolutas. Como disse o senhor meu marido: 'esgotámos as vidas todas!' E eu só quero, que neste jogo da vida, possamos ir ultrapassando os obstáculos e vencendo os desafios, para voltarmos a ganhar essas vidas que perdemos! Depois, logo veremos até onde o jogo nos deixa ir! 😉💗

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Sou vítima de bullying!

A minha filha chama-me 'patanisca de bacalhau', 'safadocas', 'malandreca' e... 'badochinha'.

#éofimdaminhareputação

terça-feira, 13 de novembro de 2018

'Mãe, como vai nascer o mano?'


Foi participar numa ação do 'hospital dos bonequinhos' e veio cheia de dúvidas!
'Oh mãe, é naquele hospital que vais ficar? É lá que eu vou-te visitar?'
'É filha!'

'E como vão tirar o mano?'

(Respirei fundo. Para engolir a frustração de saber que vou ter de fazer a cesariana que não queria fazer. Pelos motivos que são. Porque não queria ter de ficar mais dias no hospital. Porque, à partida, a recuperação vai ser mais demorada. Porque começa agora o coraçãozinho de mãe a sofrer pelo tempo que lhe vou 'roubar'. E que piora por termos de nos entrosar nos meandros da neonatologia, que ninguém merece conhecer! Engoli em seco. Para abafar todos os medos e receios, que vieram à tona sem autorização. Até porque tinha de lhe responder e não foi nada disto que ela me perguntou!)

'Vão cortar a barriga à mãe!'
[Franze o sobrolho]: 'Vão cortar-te a camisola, não é?'
'Não, amor, têm de fazer um corte na barriga da mãe!'
'Mas é só na camisola...?!?! Ou é mesmo na barriga?? Com uma tesoura?!?'
'Sim, filha, para conseguirem tirar o mano!'
'Aiii... isso num vai doer-te muito?'
'Não, meu amor, os doutores vão tratar muito bem da mãe! Não vai doer nada!'

Se eu te conseguisse explicar que há coisas que doem muito mais! 
Sabes, minha princesinha, a vida não será sempre cor-de-rosa, mas se caminharmos com muita firmeza em direção àquilo em que acreditarmos, no final não teremos só o rosa, mas todas as cores do arco-íris! 💓 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Ai os ciúmes...

... que num segundo me fazem desesperar e noutro me lembram que fui elevada a um patamar de deusa insubstituível!

Digo à miss para ir lavar os dentes. O pai vai com ela. Estou a acabar de fazer uma tarefa qualquer e começo a ouvir o cenário do costume: berros, discussões, choros e a frase que mais se ouve lá em casa nos últimos tempos: 'Eu quero a mamã!' Eles os dois adoram-se, mas parecem cão e gato!
Nisto, vejo o pai a sentar-se no sofá em modo birra: 'Desisto! Não quero saber!'
Eu, cansada, aborrecida, pensei que também tinha direito a fazer birra. Sentei-me também no sofá. [Sim, nós há 10 anos que alternamos entre um amor maduro e uma paixão meia adolescente, que envolve fazer estas cenas!!!].
Às tantas, chega a miss à sala, a fazer beicinho e a choramingar: 'Eu fiquei lá dentro soxinha!'
Engoli o riso e tentei explicar-lhe que ficou sozinha porque quis. 'Porque é que não deixaste o pai ajudar-te?'
- 'Puque quia a mamã!'
- 'Mas a mamã estava ocupada. Era preciso aquele filme todo?'
- 'Mas... mas... mas... eu tinha tantas xaudades tuas!' 
💘💝 [Matou-me! Tinhamos acabado de jantar todos juntos!😅]

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Há as crianças que não gostam da escola...

... e depois há a Carolina!

Véspera de feriado.
[Eu]: 'Filha, amanhã não tens escolinha!'
[Ela]: 'Puquê?'
[Eu]: 'É feriado!'
[Ela]: 'Ohhhh, que pena! Quia tanto ir pra escola!'

Anda uma mãe a criar uma filha para isto! 🙈😂😂

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Pérolas soltas#6

Estes dias o pai senta-se com ela a ver o futebol. Estava a jogar o F.C.Porto x Lokomotiv Moscow.
[Pai]: 'Vês, os azuis são do nosso Porto!'
[Carolina]: 'E os bemelhos?'
[Pai]: 'Os vermelhos são de outra equipa que não presta!'
[Carolina]: 'Ah, já sei, do Benfica!'

😂😂😂

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Fé... Esperança... Amor... [E uma força imensurável!]


Escrevi um dos textos mais dolorosos da minha vida. Depois de uma notícia que nos tirou o chão.
Mas está nos rascunhos. Vai ficar por lá.
Irei publicá-lo. Mas quando tiver a certeza de que tudo não passou apenas de uma provação da vida. 
Para aprendermos a ser gratos! A dar valor ao que realmente importa! A percebermos que as coisas não acontecem só aos outros. 
Até lá... que o pensamento positivo nos mantenha agarrados à esperança de que, num limbo entre o que de melhor e pior possa acontecer, só se coloca a primeira hipótese.
E estamos a assimilar a mensagem, vida: vamos agradecer mais, abraçar mais, exigir menos e continuar a acreditar que este amor tão gigante que nos envolve aos quatro, será o motor e a força necessária para sermos mais felizes do que algum dia sonhamos vir a ser!

[Já sei que não fui esclarecedora, mas vou ser, a seu tempo. Vai correr tudo bem!]

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Eu gostava de dormir...

... Lá para 2028, quando puser o sono em dia, entro em coma!
A minha filha tem dormido pessimamente (logo ela que dormia 12h seguidinhas na boa! Portanto, isto é o universo a pré-preparar-me para o que aí vem!).
Chama-me umas 3/4 vezes por noite, para dormir um bocadinho com ela, porque está escuro, porque ela dorme sozinha com os bonecos e eu e o pai dormimos juntos (boa argumentação!!!)...
Tenho deixado uma luz de presença acesa. Ontem tive uma conversa mais séria com ela, a dizer-lhe que precisamos as duas de descansar e, por isso, ela tem de começar a dormir sozinha a noite toda. Se acordar, vê que há luz e volta a dormir mais um bocadinho, que a mãe está no quarto ao lado e quando forem horas de acordar vou chamá-la! Achei que tinha percebido e deitei-me esperançosa que a noite corresse melhor.

2:00 da manhã.
[Carolina]: 'Mamã, mamã, anda cá por favor!'
Levanto-me, já a bufar, a revirar os olhos, preparada para a fulminar só com o olhar...
[Carolina]: 'Vês, eu tou a potar bem. Acodei, vi luz e continuei aqui soxinha, num pedi pa tu vires dumir comigo! Até já'

Não sabia se havia de rir ou chorar. Hoje tentarei arduamente que ela perceba que, se não tem nada de útil para me dizer, pode ficar caladinha e não me acordar desnecessariamente. Preciso, encarecidamente, de dormir. Sob pena de ensandecer. De vez!

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Morri!

Estava sozinha com ela em casa. Estávamos a comer canja. De repente, vejo-a aflita, a puxar o vómito. Cada vez com mais intensidade. Enfiava as mãos na boca. Ficou branca... ou roxa, sei lá! Mudou de cor, mas eu já não via nada. Não conseguia falar. E eu percebi que tinha qualquer coisa entalada na garganta. Eu tremia como varas verdes, respiração ofegante e uma sensação de impotência inexplicável. Porque eu tenho o curso de Primeiros Socorros. Eu tenho formação em Suporte Básico de Vida. E, naquela hora, estava bloqueada. Uma perna puxava-me para a porta, numa tentativa desesperada de gritar por ajuda a um vizinho. A outra perna, fixou o chão e obrigou-me a virá-la quase de cabeça para baixo e dar-lhe duas palmadas fortes nas costas. Vomitou um osso de frango, mais pequeno que a unha do dedo mindinho dela. Mas que foi o suficiente para nos deixar às duas em apneia! 
Abraçamo-nos e ela, muito aflita e chorosa diz-me, entre soluços: 'Diculpa mãe. Eu não fiz por mal e tu bateste-me!' Morri mais um bocadinho. Expliquei-lhe que tive de fazer aquilo para a ajudar a desengasgar-se, que ela não teve culpa nenhuma e que a amava muito. 
Acalmamo-nos mutuamente. E eu renasci naquele abraço.

Imagem surripada do Google

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Pérolas soltas#5

[Avós]: 'Quem é que vai ganhar logo: o Porto ou o Benfica?
[Carolina]: 'Deixa ver... vou ver o jogo a casa da Mariana e amanhã digo-te se ganha o Porto ou o Benfica!'

Já dizia o outro: prognósticos, só no fim do jogo 😂🙈😅

terça-feira, 2 de outubro de 2018

bullying paterno!

A minha filha tem 3 anos. [só para contextualizar!!!]

Estes dias, a criancinha despe-se para tomar banho e enquanto caminha para a banheira, grita-me o pai:
'Mor, mor, anda cá! Ela já tem celulite no rabo! ELA JÁ TEM CELULITE NO RABO!'

A minha filha tem 3 anos. [só para (des)contextualizar!!!]

Portanto, conselho de mãe: Convive com homens que não sejam como o teu pai! Para começar, não tens celulite nenhuma, meu amor. Mas, no dia em que a tiveres (bitch), relativiza-a. És muito mais que umas covinhas no rabo! 

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Da falta de tempo... [ou 'palavras que podiam ser minhas!']

Li o texto abaixo hoje de manhã, escrito pel'A mãe imperfeita e foi quase impossível conter uma lagrimita (rais'parta as hormonas!!!). Porque acho que é mesmo assim que a Carolina vê a profissão do pai, infelizmente! Parte-me o coração quando pergunta: 'o pai hoje vem?' 'Não, filha, vem tarde, já vais estar a nanar!' 'Oh, podemos ligar então?' 'Pai, tenho xaudades di ti!'.
É isso e a merda de sociedade/país que temos, que nos obriga a deixá-los mais de 8h nas creches/infantários/escolas e não nos permite ter tempo para os nossos filhos. Ah e tal, porque é preciso trabalhar! Pois é, mas a maioria dos países mais desenvolvidos também trabalha, talvez tenham até mais riqueza e produtividade e têm horários muito mais reduzidos! Temos tanto a aprender! Gostava muito que, um dia, não tivessemos de ouvir lamentos que dilaceram o coração: 'Oh mãe, quando é que o pai pode vir buscar-me? Gosto mais quando ele vem, porque quando és tu, os outros pais vêm buscar os meus amigos e tu nunca mais num vens!'

"# Os filhos dos turnos
Os filhos dos turnos aprendem cedo que há beijinhos de boa noite que se dão através do telemóvel e que é possível sair de casa pela manhã sem que a mãe esteja presente para lhes aconchegar o casaco e desejar boa sorte.
Os filhos dos turnos sabem que na festa de Natal da escola só vão ter presentes os avós, que na noite de consoada o pai não vai estar sentado à mesa e que à meia-noite de 31 de Dezembro a mãe não vai brindar com eles ao novo ano que chega.
Os filhos dos turnos aceitam que é normal jantar apenas com um dos pais e que, dependendo dos horários, podem passar três ou quatro dias seguidos sem conseguir abraçar o outro.
Os filhos dos turnos estão habituados a anunciar as notas dos testes através de um telemóvel e sabem, sem que tenha que lhes ser dito, que na festa do dia do pai quem vai estar é o avô. Tal como no ano passado. E no anterior.
Os filhos dos turnos ainda mal sabem falar e já conhecem a palavra "troca", ainda mal sabem andar e já conhecem o caminho para o trabalho dos pais e ainda mal compreendem o conceito de amor e já sabem que quem ama também pode estar ausente."

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Da série 'Conversas (im)prováveis'! #5

Hora de almoço. O pai da criança em dia de folga.

[Eu - num momento de hormonas descontroladas]: 'Só queria ter a tua sorte. Tu queixas-te, queixas-te e não percebes que me lixo sempre mais que tu. Estou em casa ao fim-de-semana, mas sozinha com uma criatura que anda numa fase insuportável, não consigo ter tempo para descansar, tenho sempre alguma tarefa para fazer. Tu tens a sorte de teres as folgas em dias em que podes dormir uma manhã inteira, esparramar-te no sofá e ninguém te chateia a cabeça! Tu não dás valor nenhum a isso... Olha, sinceramente, acho que os meus momentos de sossego são quando estou a trabalhar!'

[Ele]: (pausa) 'Ótimo, então aproveita agora. Faltam 5m para a tua hora de almoço acabar. Vai lá para o escritório relaxar!'

Tem uma sensibilidade e empatia tão apuradas que até me comove! 😈😌😜

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Da série 'Conversas (im)prováveis'! #4

[Eu]: 'Tou tão mal dispostaaaaaaaa! Este puto ou me dá um parto santo ou vai-se ver comigo!'
[Ele]: Tadinha! Mas eu sei qual é o problema!'
[Eu]: 'Ai sim?? Chuta lá!'
[Ele]: 'Não concorda com o nome que escolheste para ele!'
[Eu]: 'Pois claro, Júnior seria muito melhor! A esta hora estava a arrancar-me os rins a frio, de certeza! Deve estar tão agradecido pela mãe que tem!'

🙏😑

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Da série 'Conversas (im)prováveis'! #3

Quando pensávamos que os 'terrible twos' tinham passado pelos pingos da chuva, eis senão quando... batemos de frente nos 'tantrum threes'. A miúda transformou-se. Está irreconhecível. Não sei se é porque vai ter um irmão, se a mudança para o Jardim de Infância, se porque faz uma sesta mais curta e não é suficiente (ou se é tudo junto que torna o cocktail explosivo!)... Só sei que os dias têm sido atribulados. Os finais de tarde então... são um verdadeiro teste à paciência (e tendo em conta que estou grávida de 6 meses, upa, upa, que a coisa descamba rapidinho!). Ela é birras, ela esperneia, ela grita, ela agride-se, ela atira objetos, ela contraria, ela não come, ela chora desalmadamente, ela sofre de surdez, ela provoca... e continuaria até amanhã!

[Note-se que fora de casa é um anjinho - benzádeus, do mal o menos!]

Ontem movi-me do espírito de missão 'entender a cria para (tentar) manter a calma nessas horas' e li artigos vários. Mandei-os ao paizão da criança (que entra em modo birra junto com ela) e a partir daqui desenvolvemos o seguinte diálogo, via messenger:

[Ele]: 'Já li. Prometo que vou tentar ter mais calma com a Gu (de vez em quando referimo-nos a ela desta forma pirosa, porque foi a primeira 'palavra'(?) que ela disse). A partir de agora a educação dela fica a teu cargo. zzzzzzz'
[Eu]: 'Eu vou hibernar a partir de dezembro, vais ter de fazer meditação até lá. Vou passar (no mínimo) 3 dias no hospital e depois é o período de convalescença, em que terei um pilas agarrado às minhas mamas 24h por dia. Não vai dar para mais, lamento '
[Ele]: 'Estou a antever um futuro próximo terrível!'
[Eu]: 'Ahahah. Aposto que se fosse agora já não querias mais filho nenhum!'
[Ele]: 'Estás completamente equivocada. Já te disse que vão ser 4!'
[Eu]: '4 e meio. Sendo que o meio és tu!'

😴💤

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

3 anos de ti (de nós!)...

... e a minha bebé está a ficar crexida (como ela própria diz!). Assim, de repente, sem aviso prévio, sem preparação. Fez 3 anos ontem. Com'assim???
[Se eu não soubesse que vem já outro bebé a caminho, para me acalmar as hormonas, entrava já em depressão!]
Isto da maternidade é um mundo um bocadinho esquizofrénico! Queremos que cresçam, ao mesmo tempo que desejamos que sejam sempre os nossos bebés. Queremos que sejam autónomos, mas lá no fundo desejamos secretamente que dependam sempre um bocadinho de nós. Quando são muito pequeninos ansiamos para que comecem a fazer coisas novas e, quando as fazem, sentimos saudades da fase em que eram recém-nascidos. A verdade é que todas as fases são especiais. Mas mais verdade é ainda que, se quando descobri que estava grávida a amei antes da primeira vista, à medida que o tempo passa esse amor cresce ainda mais! 

São 3 anos de ti (e de nós), meu amor. E que ternura de menina temos de privilégio de ter. 
Desenrascada. Ai de quem faça coisas por ela. 'Eu já xou crexida. O mano é que vai ser pequenino e depois tu ajudas. Eu não pexixo!' Tira a roupa, veste roupa, vai fazer xixi (põe o rutor - redutor, entenda-se - na sanita), limpa-se, puxa o autoclismo, lava as mãos, lava os dentes, arruma tudo o que desarruma,... e eu posso ir adiantando outras coisas.
Ciumenta. Precisa de todo o mimo do mundo. Amua quando não é o centro das atenções. Sempre que eu e o pai damos um beijo ou um abraço, vem ter connosco, com cara de cachorrinho mal morto, e pergunta: 'E eu?' Sorri, com todos os músculos do corpo, quando a abraçamos.
Vaidosa. Todos os dias de manhã, depois de se vestir, nos pergunta: 'Tou xira?' E, à noite, antes de se deitar, inspeciona a roupa que vai vestir no dia seguinte. Se não lhe agradar, retorque: 'num góto dixo. Amanhã na crexe ninguém vai dixer que tou xira!' Ultimamente, lembrou-se de ter preocupações com a linha. 'Não vou comer mais nada. Nem fruta, nem bolachas, nem ruxados, puque a minha barriga tá a ficar muito cheia. Oh olha. Tou a ficar muito gôda. Já chega!'
Pespineta. Tem resposta para tudo. Tem sempre um 'mas, mas, mas...' E é ótima a tentar negociar. Sobretudo assuntos não negociáveis, tipo castigos! Ou coisas que não pode comer ou fazer: 'Mas é só um bocadinho, só mais uma e acabou, depois não quero mais!!!' E é tão engraçada que, às vezes, no meio de discussões, tenho de me controlar, para não me escangalhar a rir!
Ternurenta, meiga, carinhosa. É mesmo um docinho. Dá os melhores abraços e beijos do mundo. E gosta de os dar! Diz-me todos os dias: 'mamã, góto tanto di ti!' ou 'Amo-te daqui até à lua, ir e voltar!'
Quando a estou a adormecer, faz-me festinhas na cara e diz: 'És tão linda!'
Linda és tu, meu amor. Eu serei sempre suspeita, mas a verdade é que és muito melhor do que algum dia te sonhei. E este amor, esta cumplicidade, a ser proporcionalmente crescente, não sei como me vai caber no peito.

Muitos parabéns meu tesouro. Amo tu***

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Dramas paternais!

[Pai]: 'Ainda não me convenci que vem aí um rapaz! Pior do que isso, andei 5 meses a desejar tanto que fosse uma menina e a chamar tantas vezes de princesa, que só espero que não nasça com crises de identidade!'
😅🙈

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Macaca de imitação!

Nestes últimos dias, com o intenso calor que se fez sentir e com a necessidade de aproveitar as férias para arrumar, lavar, passar roupa de recém-nascido e reorganizar a casa, passei um bocadinho mal. Maleitas várias... Quebras de tensão constantes... contrações que assustaram um bocadinho.
A pimpolha, como anda mais carente e inciumada, requer mais atenção e pede mais colo. Tem uma expressão engraçadíssima: 'Dás-me um bocadinho de colo? Eu tou a pexixar de colinho!'
Em dias muito maus, lá lhe respondia: 'Oh filha, a mãe está mal, deixas-me descansar um bocadinho?'
Resposta da pespineta: 'Eh, tu tás mal, mas eu também tou. Eu também tenho um Afonso na minha barriga que não pára de mexer e tou mal-disposta! Olha para a minha barriga! Preciso de festinhas. Mas atenção: podes mexer no meu corpo todo, menos na barriga pra não magoar o meu Afonso!' [Oi???]

😅😅😅🙈

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Pérolas soltas#4

A adormecê-la.
Conversamos sempre imenso. Neste dia explicava-lhe que já sabíamos que o que mãe tem na barriga é um menino e que, portanto, ela ia ter um mano.
No meio da converseta, a indignação dela:
'Num tou a pexeber nada! Puke é que eu vou ter xó um mano se tu tens duas mamas?'

😏🙈😅

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Baby boy


E, pelos vistos é um rapazola! 
Se da primeira gravidez tinha um feeling de que seria um menino, desde sempre, o que se revelou numa dificuldade imensa em aceitar, nos primeiros dias, que fosse uma rapariga; desta vez, não tinha qualquer expetativa. Estava em branco, 'zerei o chip' e esperei que me confirmassem o que vinha. E foi-me muito mais fácil processar a notícia! A partir de hoje veio a consciência de que teremos todo um mundo novo pela frente, sendo que acredito que um género diferente determinará todo um conjunto de particularidades que ainda não experienciamos. 

E o pai? Pois bem, em circunstâncias normais seria de esperar que ficasse eufórico. Ora porque os homens têm sempre um desejo recôndito por gerarem filhos do sexo masculino; ora porque já tínhamos uma menina (e eu não gosto nada de dizer estas coisas, porque não acho que ter um casal seja uma grande ambição ou 'sorte', como muitos lhe chamam. Seria igualmente bom ter dois meninos, três meninas, e por aí fora! Sorte é ter bebés saudáveis e essa é a minha única preocupação! No nosso caso, esta questão do casal nem sequer se aplica, porque a nossa intenção é ter mais filhos).
No entanto, não foi isso que se verificou. O pai não ficou em êxtase. Ficou perplexo. Em negação. E assim permanece. Ele interiorizou, de tal forma, a ideia de que ia ter mais uma menina, que ainda não entrou em processo de aceitação do contrário! O discurso ontem, durante toda a consulta foi mais ou menos este:
[A médica começa a eco e há um plano enorme do orgão genital da cria. Maridão arreguila o olhos e exclama]: 'Nãoooo, diga-me que isso é um bracinho!'
[Médica]: 'É, um bracinho com dois tomatinhos à volta!' 😂😂
[Ele]: 'Veja bem, de certeza que é uma menina!'
[Médica]: 'Chame-lhe o que quiser. Se quiser acreditar que é uma menina com pilinha, por mim tudo bem!'
[Eu]: 'Lamento mor, mas não dá para devolver, nem para fazer permutas!'
[Ele]: 'E tu está mas é caladinha, que as discussões vão começar agora. Se é pra ser um rapaz, então vai-se chamar Júnior!'

A médica ia continuando o trabalhinho dela, a tentar ignorar estes desvaneios. Deve ter acreditado que lhe estava a dar uma trevadinha qualquer e deixou-o nos seus delírios. 

[Ele]: 'Doutora, pro ano estamos aqui outra vez, que eu tenho de fazer outra menina!'

Ela nem lhe respondeu. Aposto que pensou: 'Coitada!!! O que esta mulher atura!' 😱😂😂

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O sexo da criança!

Calma, calma... ainda não sei!!! 😂😄😀

[Carolina]: 'Pai, pai... sabis que eu di um beijinho ao mano Doguigo e à mana Inês?'
[Pai]: 'O quê??? Oh filha, a mãe só tem um bebé na barriga. Na 2ºf é que vamos saber se é uma menina ou um menino!'
[Carolina]: 'Não, não. Se xó pode ser um, então eu escolho!'

😅😂😀😜

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Complexo de Electra no seu melhor!

Sussurra-me:
'Mãe, sabis que eu tou apaixonada?' [risinho malandro]

Escangalhei-me a rir. Nunca esperei que lhe saísse uma frase assim, tão convicta e utilizando a palavra apaixonada, aos 2 anos! Depois lembrei-me de perguntar:

'Ai é, filha? E estás apaixonada por quem?'
'Pelo pai!' 💝

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

A minha beatinha!

Adora igrejas. Onde quer que entre, senta-se no banquinho, sossegadinha e diz que está à espera do Jesus.

'Ondi tá o Jesus? Tou à péra dele!'

Respondo-lhe que está no céu. Olha para o teto e retorna-me o olhar de soslaio, franzindo o sobrolho, numa de: 'Deves estar parvinha, não vejo lá ninguém!'

Arrependo-me. Digo-lhe que está no altar. Responde-me: 'Mas num tá ninguém. Xó um xinhor a acender velas. O Jesus deve fazer anos. Mas eu quia era vê-le o Jesus.'

Despacho-a. Digo-lhe que deve estar a dormir. Mas ela insiste: 'Num saio daqui enquanto não der um beijinho ao Jesus, como na Páscoa em casa da vó!'

💖

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Dos castigos...

A Carolina sabe que, sempre que se porta mal, tem uma punição, que implica ficar sem alguma coisa que ela goste muito. Eu e o pai fazemos um esforço (e o difícil que é) para cumprir a consequência sem vacilar. Custa horrores. Estes dias chorei o jantar todo (sem ela ver, óbvio), porque não aguentava os olhinhos de carneirinho mal morto dela. É que ainda por cima, se esperneasse, refilasse, desafiasse... mas não, é orgulhosa o suficiente para acatar um castigo como consequência sem pestanejar, com um ar altivo, do género: 'estou-me a marimbar, sou muito superior a isso. Queres castigar, castiga!'

No fim-de-semana fez birra para dormir a sesta. Estava morta de sono, mas a lutar contra ele. Tinhamos dito que íamos à praia quando acordasse. Ansiosa, não queria dormir. Fez trinta por uma linha. Até me levar ao limite. Disse-lhe: 'Acabou, não há praia para ninguém!' Nem um ai... continuou na vidinha dela, calma e serena. Só que nós precisávamos mesmo de lá ir. Então, passado uma meia-hora, digo-lhe: 'Siga, vestir. Vamos embora!'
[Ela]: 'Ondi vamos?'
[Eu]: 'Vamos à praia!'
[Ela, olha para mim, franze o sobrolho e interroga num ar de incompreensão]: 'Mas eu potei mal... puque vamos na mesma à praia?'

(Toma lá que já almoçaste!) 😓😕😬

terça-feira, 17 de julho de 2018

A ternura de aceitação como mana mais velha!

[Ela]: 'Mãe, eu já xou crexida! Já xei xubir e descer as escadas xozinha!'
[Eu]: 'Boa filha, estás mesmo crescida! Tenho tanto orgulho em ti!'
[Ela]: 'É que agola, o mano é que vai pexizar de ajuda. E eu já poxo ajudá-lo!'


[Ela - depois de ter pedido para levar a bicicleta para a avó]: 'Oh manhe, eu num quelia deixar a chiqueleta na avó...'
[Eu]: 'Então porquê? Tens mais espaço lá, depois sempre que formos a casa da avó podes andar!'
[Ela, muito triste e pensativa]: 'Pois, mas axim o meu mano num vai poder andále de chiqueleta, puque ela num tá aqui na noxa casa!'

💝 

terça-feira, 10 de julho de 2018

Familia real!

Eu, a falar ao telemóvel.
Ela - pergunta da praxe: 'Quem era?'
Controlei o impulso de lhe responder 'hás-de ter muito a ver com isso' 😅 e disse-lhe: 'É o pai!'
Ela, olha-me com o ar mais ternurento do mundo e suspira: 'O noxo pinxipe!' 💖

E, pronto, somos nós. Uma família em que todos têm direito a títulos de nobreza!


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Carta à minha (ainda) filha única...

Meu amor,

tens dado mostras de ciúmes a surgir. Há dias em que acho que são filmes da minha cabeça, que ainda és muito pequenina para perceber o que se está a passar. Mas, na maior parte das vezes, os sinais são tão evidentes... birras infindáveis, choros desconsoláveis, um mimo inexplicável... E eu vejo-me na obrigação de impor limites, de te chamar a atenção, de te castigar... num dualismo difícil de gerir por não querer cair no erro de te fazer sentir que te estou a preterir.

E isto anda a estilhaçar-me o coração...

Não te posso exigir que sejas crescida, quando ainda és tão bebé! Quero muito que sintas que ser a irmã mais velha será um privilégio e não um fardo! Quero que saibas que podes ser também bebé (porque na realidade o és) e querer colo, beijos, abraços e mimos. E vou desejar que os meus braços estiquem para dois (ou três, porque o papá também não merece ficar de fora)... só que sinto que, por muito que o colo se multiplique, haverá dias em que terá de se dividir!

E isto anda a remoer-me as entranhas...

Vamos deixar de ser só os três. E, entre nós, deixaremos de ser só as duas. O pai transmite, desde sempre, o receio de não saber como vai amar outro filho como te ama a ti. Eu nunca tive esse medo. Acho que amaremos cada um dos nossos filhos à sua maneira, com determinadas particularidades, mas com a mesma intensidade. O meu medo é outro. Tenho medo que, por seres tão pequenina, sintas que te estou a trair. Que existe um outro alguém a competir por um lugar que te pertence há três anos. Que não compreendas porque te vou abandonar nos dias em que estiver na maternidade ou quando reclamares atenção nos momentos em que sentires que há alguém a 'roubar' o teu colo. E, nestas alturas, eu duvido da elasticidade e enormidade do coração de mãe.

E isto dilacera-me o peito...

Mas sabes, minha amorinha, que te amo daqui até à lua e da lua até aqui. Que és o meu primeiro amor maior. Que foste tu que me fizeste mãe.
Talvez nunca tenhas memórias deste tempo em que foste filha única. Mas nós temos. Sabemos que durante estes anos em que o foste, te inundamos de amor. E que foram perfeitos. Abriste caminho para nos ensinar a ser pais. E tenho a certeza que, um dia, te vais orgulhar da mana mais velha em que te vais tornar! Quero acreditar (porque isso ajuda nos dias de maior fragilidade) que o melhor está para chegar! E desculpa-me, minha rapiuquita, quando eu falhar e não tiver a sabedoria suficiente para ser 'mãe de dois'.

Txi amo 💖 E isso aquece-me o coração...

terça-feira, 26 de junho de 2018

O Mundo do pai da Carolina #5

Eu, gulosa confessa, como uma fartura uma vez por ano. Às vezes, de dois em dois anos. Na altura das festas populares. É quando me sabe bem. É quase como se me faltasse a sardinha no S. João (que não como durante o resto do ano), ou o bacalhau no Natal. Este ano, embuída no espírito 'desejos de grávida', lá fui buscar a fartura. Castigo divino, passei a noite a vomitar.

Advertência do senhor meu marido:
'Foste um bocadinho irresponsável. Já devias prever que a fartura te ia cair mal. Além disso, eu estive a pensar... tu vomitaste tudo o que comeste e o bebé ficou uma noite inteira sem se poder alimentar. Isso é preocupante!'

😳😂😅 
[alguém lhe explique, devagarinho, que, para além de eu estar uma badochinha com bastantes reservas, não me recordo de ter vomitado a placenta!]

terça-feira, 19 de junho de 2018

Atividade extracurricular!!!

[Ele]: 'Temos de meter a miúda numa atividade qualquer. E eu já pensei em qual: vai aprender a tocar bateria!'

(Entretanto, à noite, eu e ela)

[Eu]: 'Filha, o pai disse que gostava que fosses aprender a tocar bateria. Queres ir?'
[Ela]: 'Não, quero ir para a caça!'

😅😅😅

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Socorro, a minha filha é viciada...

... em rissóis!!!

Eu já não sei mais que fazer.
Ela pede ao pai para me ligar, a perguntar se eu já comprei rissóis.
Ela pergunta-me, todos os dias, o que vou fazer para o jantar. 'Amanhã já é rissóis?'
Ela acorda a pensar em comer rissóis ao pequeno-almoço. Digo-lhe que tem de tomar o leite ou comer um iogurte. Responde-me: 'Ok. E no fim, posso comer um rissol?'
Conversa matinal de hoje:
[Ela]: 'Mãe, estas sapatilhas estão a ficar velhas e pequenas.'
[Eu]: 'Pois estão, filha. Mas agora vem o calor e vamos mas é comprar sandálias.'
[Ela]: 'Ah, tá bem! E vais comprar as sandálias na lógica [é loja!] ou no Pingo Doce?'
[Eu]: 'Numa loja de calçado!'
[Ela]: 'Ohhh... é que xi foxe no Pingo Doxe, compávamos os rissóis!'

😂😅

terça-feira, 12 de junho de 2018

Estás grávida #3 [ou 'há uma grande diferença entre a primeira e a segunda!']

Há uns tempos, vi um vídeo muito engraçado nas redes sociais sobre as diferenças entre a primeira gravidez e as restantes. Não o encontro para o partilhar, mas lembro-me que me fez rir muito!
Ora, cá por casa, estas diferenças não são excepção! Se bem se lembram (e podem espreitar posts antigos para saber do que falo - aqui e aqui), na gravidez anterior, o senhor meu marido não me deixava pegar sequer um rolo de papel higiénico, sob pena de estar a fazer demasiado esforço! Pois bem, podia voltar ao mesmo (#deusmelivre), mas agora o discurso é mais ou menos este:
[Ele, depois de deixar cair alguma coisa]: 'Apanha aí isso!'
[Eu, a revirar os olhos]: 'Ganda lata!'
[Ele]: 'Estou só a preocupar-me contigo. Estás grávida, tens de fazer uns agachamentos, para ver se desta vez dilatas melhor!'

👀💣😈

sexta-feira, 8 de junho de 2018

A [nova] gravidez dele!


É verdade, vem aí novo baby, o que significa que o blog voltará à sua essência, com uma nova gravidez (dele! - do pai, que, para quem não sabe, vive estas coisas mais intensamente que eu!). E já tenho algumas peripécias para contar!
Para já, são 13 semanas de uma gestação bem mais conturbada que a anterior (estava tãoooo mal habituada!), com tudo a que tive direito.
O pai quer outra menina. Diz (vou transcrever) que 'um homem bonito tem de estar rodeado só de mulheres!'
A filha quer um menino. E já lhe deu nome: 'Doguigo'. Que, em linguagem Carolinês, significa 'Rodrigo'. Diz que o mano vai viver para casa dele e vem brincar com ela, às vezes! Tudo muito pacífico, como podem ver! Agora acho que já se vai habituando à ideia, mas no início a coisa não correu lá muito bem...
Se tudo correr pelo melhor, o rebento nascerá no início de Dezembro, portanto isto é obra do destino a obrigar-me a fazer as pazes com o Natal!!! Nesta vida, nada acontece por acaso! 😂😁

terça-feira, 29 de maio de 2018

Pérolas soltas#3

Ontem, nas compras:
[Carolina]: 'Oh mãe, no fim de comer a comida toda poxo comer uma bolacha destas?'
[Eu]: 'Sim, podes, mas só no fim de jantar!'
[Carolina]: 'Hoje há xopinha?'
[Eu]: 'Não, filha, hoje não tenho sopa feita e já vamos chegar tarde a casa...'
[Carolina]: 'oh... Eu góto tanto de xopinha...'

(Achei muito estranho. Logo ela que faz uma festa nos poucos dias em que não há sopa. E, embalada pela vontade súbita da cachopa comer sopa, retorqui:)
[Eu]: 'Mas, se te apetece, eu posso fazer uma sopinha, assim que chegarmos a casa, filhota!'
[Ela, com ar de quem foi apanhada desprevenida pela minha resposta]: 'Não, não, mãe. Num pexixas tar com exe tabalho!'
😂😂😂



Hoje de manhã:
[Carolina]: 'Oh mãe, tu não tás a tomar o pequeno-moxo!' (pequeno-almoço, em Carolinês)
[Eu]: 'Não posso filha, vou tirar sangue!'
[Carolina]: 'Come só este bocadinho, é tão bom!'
[Eu]: 'Não posso, amor, vou ao senhor doutor e tenho de estar sem comer!'
[Carolina]: 'Mas é só este bocadinho, assim vais ficar com fome. Não podes puquê?
[Eu]: 'Porque o senhor doutor não me deixa!'
[Carolina]: 'Mas oh mãe, o xinhor doutouro num tá a ver. Podes comer só este bocadinho que ele num xabe!'
😂😂😂

quinta-feira, 24 de maio de 2018

O Mundo do pai da Carolina #4

[Ele]: 'Está a ficar uma mulherzinha, não está?' (imaginem aqui o melhor ar de pai babado e um olhar vago)
[Eu]: 'Sim, está a crescer... o tempo passa!'

(1 minuto de silêncio)

[Ele]: 'Vamos ter de lhe começar a dar uma caneta para a mão...'
[Eu]: '?!?!?!?????? (só imaginei a Carolina a ouvir e a dizer 'não pexebi nada!')'
[Ele]: 'Sim, ela vai ter de começar a escrever. Pelo menos o nome!'
[Eu]: 'Criatura, ela tem 2 anos! 2 ANOS! Não achas que é um bocado cedo???'
[Ele]: 'Dois não, tem quase três! Daqui a 2 anos já vai para a primária!'

😓😰

(Desisto! Vendo-o baratinho, alguém o quer?)


terça-feira, 22 de maio de 2018

Pérolas soltas#2

Momentos 'não sei se me escangalho a rir ou se lhe dou uma palmada':

[Carolina]: 'oh parolinhos, olhem pra mim!'
[Pai, a fazer a sua melhor cara de mau]: 'Estás a falar para quem?'
[Carolina, sem desmanchar]: 'Para o pai e para a mãe, qual é o progolema?'
😅

[Maridão, numa de vitimização típica do sexo masculino 😂😃]: 'Fogo, andas nervosa, sempre a mandar vir comigo!'
[Carolina, de dedo em riste e com o seu melhor ar de indignação]: 'Tu num falas axim pa mãe! Pede já dicupa!'
😅

[Carolina]: 'Ondi foi o pai?'
[Eu]: 'Foi ali ajudar a avó a fazer uma coisa!'
[Carolina, a gesticular intensamente e a colocar o seu melhor ar de incompreendida]: 'Oh mãe, faxer uma coisa não é risposta. Não pexebi nada, tens de me explicar, puke xinão, vou ter de peguntar ao pai!'
😅

Carolina, 2 anos. Quero ver quando chegar aos 18!

segunda-feira, 7 de maio de 2018

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Do dia da mãe!

O colégio da pimpolha tem iniciativas fantásticas. Os planos para hoje eram um pequeno-almoço entre mães e filhos, para comemorar o Dia da Mãe. E como eu gostava que todos os dias começassem assim... Sem pressa. Avisei no trabalho que poderia chegar atrasada e não levei relógio. Foi ao ritmo dela. Cujos olhinhos brilhavam. Contente. Comeu tudo o que não come nos outros dias. Bolos, crepes, sumo de laranja. Sem horas e tão felizes - as duas!

[Depois acabou e voltamos à realidade! 😅]

E a propósito do Dia da Mãe, perguntei-lhe ontem: 'Já fizeste o presente para a mãe?'
[Ela]: 'Xim'
[Eu]: 'E é o quê, posso saber?'
[Ela]: 'Um morangueiro!'
[Eu - a achar estranhíssimo, mas a ponderar a originalidade do presente]: 'Que giro! Um morangueiro?'
[Ela - entusiasmadíssima e a dar ênfase às frases, como habitualmente faz!]: 'Xim, com molangos vermelhinhos e saborosos!'
[Eu]: 'Ai, que giro! Então temos de pôr depois na varanda o morangueiro!'
[Ela - franze o sobrolho]: 'Não mãe, é só em desenho!'

😂😅😂

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Crises [demasiado precoces] de adolescência!

[Ela]: 'Mãe, quero uma bolacha!'
[Eu]: 'Não filha, vamos já jantar!'
[Ela]: 'Então quero chocapic!'
[Eu]: 'Já disse que vamos jantar, não vais comer porcarias!'
[Ela] - suspira - 'Ai mãe, tou farta di ti!'

😓

segunda-feira, 30 de abril de 2018

As pérolas da Carolina #[perdi-me na contagem]

[Eu]: 'Carolina, pára quieta um segundo, que eu já me estou a passar!'

(Olhar intimidador. Da filha para a mãe e não o contrário, não se iludam!)

[Ela]: 'É. Tu taménhe tás-te xempe a paxále!'

Vou fazer um retiro a ver se me acalmo! 😂😂😂

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Palavras que podiam tão bem ser minhas! #8

[Roubado daqui.]
De tão perfeito, tem de ser partilhado, por ser a realidade de muitas mães, infelizmente!

"Antes de engravidarem eram consideradas óptimas profissionais. Competentes, dedicadas, criativas, disponíveis, elas ali estavam sempre na primeira fila, com um sim como resposta a quase todas as perguntas da entidade patronal e um registo de assiduidade impecável. Com a gravidez veio o primeiro abalo. Elas que antes podiam tudo agora não podem fazer horas extraordinárias, trazem justificações para os dias de consulta e pedem dias de folga para fazer ecografias. E a entidade patronal começa a torcer o nariz mas pensa que são nove mesinhos e depois volta tudo ao normal. A questão é que não volta. As sacanas, antes sempre dispostas a colocar os interesses da empresa em primeiro lugar, tiveram o desplante de optar pela licença alargada e começa a pensar-se que, no fim, vai ter que se contratar alguém para as substituir porque, inclusivamente, estão a recusar-se a trabalhar a partir de casa alegando que precisam de tempo para elas e para o bebé.

Entretanto os meses passam e elas voltam. Só que já não são as mesmas. Agora chegam uma hora mais tarde e saem uma hora mais cedo à conta do horário de amamentação e há um dia em que telefonam de manhã e dizem que não vão poder trabalhar porque têm o filho doente. Da primeira vez a coisa ainda passa mas depois, nas vezes seguintes, até os próprios colegas já bufam em desespero. É que o trabalho delas sobra para alguém e elas parece que nem se importam com isso, como se os filhos importassem mais do que tudo o resto. A entidade patronal começa a ser menos tolerante e os adjectivos que antes as qualificavam vão mudando. Já não são competentes e dedicadas, agora são muito menos competentes e quase sempre indisponíveis. Depois há um dia em que os putos apanham varicela e elas não vêm trabalhar uma semana inteira. O registo de assiduidade, antes impecável, começa a ficar manchado e elas parece que não percebem isso. Até que um dia uma colega maldosa, que já nem se lembra como é ter filhos pequenos, faz a pergunta fatal "mas os meninos doentes não podem ficar com a avó?", e aí elas abraçam com força a posição de mãe e deixam na secretária da colega a seguinte resposta:

"Quando os nossos filhos estão doentes nenhum outro colo os conforta tanto como o da mãe ou o do pai. É a nós que eles querem quando a febre sobe e eles tremem, quando os vómitos os derrubam ou quando a comichão é tanta que nada os alivia. Se adoram as avós? Claro que sim. Mas doentes eles querem antes os braços fortes do pai e os beijos curativos da mãe. Querem a canjinha que a mãe faz, temperada de pózinhos mágicos que baixam febres e aliviam dores. Querem que seja o pai a dar-lhe o banho morninho enquanto imita os patos, os caranguejos e os búzios que pulam na banheira. Fomos nós que fizemos os nossos filhos, não foram as avós. Quando os nossos filhos estão doentes mais do que nunca são uma responsabilidade nossa e não dos outros. Quando os nossos filhos estão doentes não têm que ser largados na creche onde ou são colocados numa sala de isolamente ou contaminam mais umas quantas crianças. Quando os nossos filhos estão doentes têm o direito de não ser arrancados de casa e retirados do ambiente que, para eles, é o mais seguro do mundo. Quando os nossos filhos estão doentes o nosso mundo gravita ao redor de febres, diarreias e dentes a romper. Quando os nossos filhos estão doentes as nossas vidas ficam viradas do avesso. Quando os nossos filhos estão doentes nós somos tudo o que eles querem e eles são tudo o que nós queremos."

E no dia a seguir a colega lê o recado, torce a boca num esgar de amargura e reclama qualquer coisa como um "criei os meus três filhos sem nunca faltar um dia ao trabalho e eles aí estão, feitos uns homens e umas mulheres valentes". E elas, as mães de agora, as que passaram de bestiais a bestas encolhem os ombros e lá no fundo até têm pena. Mas chega o tempo em que depois de tanta porrada vinda de tantos lados são elas que acabam por perder a vontade, começam a nem responder e a encolher os ombros às piadas dos colegas, a evitar olhar o chefe nos olhos, não por vergonha, mas por medo que a frontalidade lhes saia demasiado cara, afinal há fraldas para pagar... Há um dia em que percebem que a empresa que um dia foi o mundo delas as cuspiu para fora devagarinho, não permitiu que os filhos delas fizessem parte. E elas sabem que se tivessem encontrado respeito e tolerância não se teriam importado de fazer horas a mais alguns dias, de trazer trabalho para casa ou de viajar em trabalho. Elas só precisavam que as tivessem deixado ajustar, que as tivessem deixado adaptar à realidade de mães e profissionais. Mas a entidade patronal não soube esperar, as colegas tiveram pressa em julgar e elas perderam a vontade, a garra e a motivação.

Um dia elas hão-de bater com a porta.

É que os filhos delas doentes querem as mães, não querem nem a creche nem as avós."

terça-feira, 17 de abril de 2018

Pérolas soltas...

E para quebrar o marasmo em que este blog caiu (prioridades!), cá vai uma série de pérolas soltas 'à la Carolina' (com assuntos absolutamente aleatórios!):

Cena nr.1:
O pai disse-lhe, uma vez, enquanto ela demorava uma eternidade para comer: 'És sempre a mesma pastelona pah. Temos de ficar à tua espera, que és sempre a última!'
Estes dias, de manhã, repetiu-me 500 vezes que queria uma bolacha. Disse-lhe para esperar, porque estava a fazer outras coisas e ela tinha de ter paciência. Resposta (óbvia!): 'Tenho paxiênxia nada. Dispacha-te pastelona!' [fiquei na dúvida entre escangalhar-me a rir ou castigar... o pai, obviamente, que é o responsável por esta saída!]

Cena nr.2:
O meu pai tem o vício de deixar a miss tocar na campaínha do elevador. No fim de semana, quando lá fomos, ela pediu ao pai para o fazer e, como ele não deixou, lá subornou o avô (que, tipicamente, não lhe diz que não!). Pergunta-lhe o meu pai: 'Tu gostaste que o 'vô te tivesse deixado tocar na campaínha?' Resposta pronta: 'Eu gostei. O meu pai é que não gostou nada!'

Cena nr.3:
Anda meio mundo à espera da Primavera... menos a minha filha! De manhã, sempre a mesma conversa. O sol dá-lhe nos olhos e ela reclama: 'Fogo, num góto di xol, só góto de vento, frio e chuva!'

Cena nr. 4:
De manhã, o pai na cama e nós saímos. Ela vai-lhe dar um beijo e reclama: 'Vais ficar a dumir? É xempe a mesma coixa. À noite tabalha, de dia dorme. Num xabes fazer mais nada!'

😂😂😂