quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O parto! Uma hora pequenina...

... não foi a sorte que tive! Hoje com 15 dias de distanciamento acho que é a altura de falar sobre ele! Giro, giro, era ter a perspetiva do outro lado, de quem observa impotente, expectante, emocionado! E eu prometo que vou tentar convencer o maridão a deixar aqui o seu testemunho! Vou tentar!

Quanto à minha visão da coisa [leitura não recomendada a criaturas mais sensíveis ou às próximas parturientes!]:

Dia 07/09, 2ªf, 41 semanas, 08:00 - dou entrada nas urgências de obstetrícia. Toque, cintas, ecografia, alguns exames... 09:30 - indução de parto. Pensava eu que me meteriam qualquer droga para a veia, mas não! A indução é feita com a inserção de uma fita 'propess' [são umas fitas inseridas na vagina da mulher, que contêm hormonas responsáveis por uma indução lenta do parto].
O dia de 2ªf foi passado no internamento, mas sem sinais de parto eminente. Muitas maratonas naqueles corredores da maternidade, com o papá sempre ao meu lado!

Dia 08/09, 3ªf, 12:30 - retirada do primeiro 'propess' e 2ª indução de parto: nova tira colocada! Confirmação de que se mantinha apenas 1 dedo de dilatação (desde as 39 semanas).
Mas às 14:30 eis que começo a sentir que há alguma coisa a mudar! Primeiras contrações, perfeitamente suportáveis, que me permitiam ler umas revistinhas para pôr a cusquice em dia, fazer exercício na bola de pilates e continuar na saga das maratonas! À noite já só me deixaram jantar sopa e beber um chá. E, nesta altura, as belas das contrações já apertavam! Perto da meia-noite queixo-me de dores pela primeira vez e dão-me uma injeção que, supostamente, seria para amenizar as ditas cujas, mas que só as pioraram, uma vez que contribuía para acelerar a extinção do colo do útero. 01:30 - rebentam-me as águas (nesta altura já tinha repetido incontáveis vezes ao pobre do meu homem que nunca mais tinha filhos na minha vida! O que vale é que isto passa-nos!!). De meia em meia hora tocava a campainha para reclamar que não aguentava mais e contorcer-me na cama. Suplicava por epidural ou por uma cesariana! O pai da criança metia-me pena: ele contorcia-se com as minhas dores, chorava, balbuciava um "oh princesa, eu trocava contigo uns momentos, eu não aguento ver-te assim!", ele discutia com as médicas, porque não me mandavam para a sala de partos... E a justificação era sempre a mesma: "não pode ir só com 1 dedo de dilatação, você não dilata!" E assim fiquei, a chamar nomes a toda a gente até às 04:30 da manhã, altura em que ameacei cortar os pulsos ou atirar-me do 5º andar caso não me mandassem para o bloco de partos. Não o fizeram sem antes me fazerem umas maldades e ouvirem mais uns gritinhos meus! Devia ser fetiche da médica ouvir-me resmungar! :)
Lá fui de cadeira de rodas até ao bloco, a pensar como me manteria quietinha enquanto levava a epidural... mas comportei-me decentemente, até porque não nos dão outra hipótese! E aí, subi ao céu! Santa epidural :) ainda hei-de descobrir quem a inventou e levar-lhe uma lembrancinha :) Soro carregado de ocitocina num dos braços e aí, sim, que bela soneca eu dormi. 5h foi quanto demorou o processo de dilatação. Pelo meio, mal sentia uma impressãozita, lá tocava para me darem um reforço da epidural. Às 07h tinha 7 dedos de dilatação e às 09h do dia 09/09 tinha os 10 dedos e estava pronta! 

"Pronto mãe, agora é só puxar quando eu disser!" 

E que equipa fenomenal! De repente, senti-me numa esplanada de café, entre amigos, a conversar sobre assuntos triviais e, de vez em quando, lá tinha de fazer uns puxões (modéstia à parte, magnificamente bem feitos!). 10m foi o tempo que a princesa demorou a nascer! Emocionei-me, o coração palpitou... mas o pai... ai, o pai... tem mesmo de vos dar a conhecer a perspetiva dele! Emocionei-me com ele! E nunca o vi tão feliz!

Obrigada meu amor! Sem ti ali, o tempo todo, antes, durante e depois... tenho dúvidas que tivesse sido capaz :) Obrigada, porque grande parte da minha força és tu :) E eu vi o quanto sofreste comigo... senti, ali, a cada momento o quanto nos amas :)

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