quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Carolina, a arrebatar corações desde...2015!

Criámos um hábito. Sempre que a deito, digo-lhe 'Amo-te muito!' É o nosso código de amor antes de adormecer. Religiosamente. Estes dias, entre dar-lhe água, cobri-la, ter uma conversa qualquer e a pressa do jantar... esqueci-me! Estava prestes a sair da porta, quando uma voz doce me alerta: 'Mãenhe, mãenhe... amo-to munto!' 💖

Ontem bati-lhe. Sim, eu não sou a mãe perfeita que queria ser. Há dias em que ela parece fazer de propósito para me levar ao limite. E é sarcástica a rapariga. Nos gestos. E provocadora. E há dias em que não há tempo, não há paciência. Em que os gritos não resolvem e o diálogo sereno muito menos. Há dias em que não falamos a mesma língua. Em que estamos em sintonias diferentes. E, por muito que me tenha arrependido no segundo seguinte, bati-lhe. E já não foi a primeira vez! Arrependo-me quando as palmadas são fruto de nervosismos e pressas e stresses impostos pela sociedade em que vivemos. E as nossas crianças não têm culpa disso... Mas adiante. Já no quarto, mais calmas as duas, enquanto se preparava para se deitar, temos o seguinte diálogo:
Eu: 'Oh filha, havia necessidade de a mãe te ter batido?'
Ela: 'Xim, puque a menina potou mal. Num comia a maxa, nem a cane. E assim a mãe tem de batêle.'
Eu [já de lágrima no olho]: 'Mas a mãe também se enervou um bocadinho. Se tivessemos conversado e se tivesses dito porque não querias comer, em vez de fazer aqueles disparates todos (cuspir a comida, amassar com as mãos, revirar os olhos, cerrar os lábios,...), a mãe não se irritava e não te batia. Prometemos uma à outra que não volta a acontecer?'
Ela [sempre séria, atenta e sem desmanchar]: 'Xim.' [Faz-me festas na cara e enche os olhos de brilho]: 'Mamãxinha, tão linda. Amo-to munto!' 💖💖

Oh pah, pronto, desabei. Esta miúda derrete-me. Sim, afinal não me enerva, adoça-me! Obrigada e desculpa, minha amorinha!

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