quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Da falta de tempo... [ou 'palavras que podiam ser minhas!']

Li o texto abaixo hoje de manhã, escrito pel'A mãe imperfeita e foi quase impossível conter uma lagrimita (rais'parta as hormonas!!!). Porque acho que é mesmo assim que a Carolina vê a profissão do pai, infelizmente! Parte-me o coração quando pergunta: 'o pai hoje vem?' 'Não, filha, vem tarde, já vais estar a nanar!' 'Oh, podemos ligar então?' 'Pai, tenho xaudades di ti!'.
É isso e a merda de sociedade/país que temos, que nos obriga a deixá-los mais de 8h nas creches/infantários/escolas e não nos permite ter tempo para os nossos filhos. Ah e tal, porque é preciso trabalhar! Pois é, mas a maioria dos países mais desenvolvidos também trabalha, talvez tenham até mais riqueza e produtividade e têm horários muito mais reduzidos! Temos tanto a aprender! Gostava muito que, um dia, não tivessemos de ouvir lamentos que dilaceram o coração: 'Oh mãe, quando é que o pai pode vir buscar-me? Gosto mais quando ele vem, porque quando és tu, os outros pais vêm buscar os meus amigos e tu nunca mais num vens!'

"# Os filhos dos turnos
Os filhos dos turnos aprendem cedo que há beijinhos de boa noite que se dão através do telemóvel e que é possível sair de casa pela manhã sem que a mãe esteja presente para lhes aconchegar o casaco e desejar boa sorte.
Os filhos dos turnos sabem que na festa de Natal da escola só vão ter presentes os avós, que na noite de consoada o pai não vai estar sentado à mesa e que à meia-noite de 31 de Dezembro a mãe não vai brindar com eles ao novo ano que chega.
Os filhos dos turnos aceitam que é normal jantar apenas com um dos pais e que, dependendo dos horários, podem passar três ou quatro dias seguidos sem conseguir abraçar o outro.
Os filhos dos turnos estão habituados a anunciar as notas dos testes através de um telemóvel e sabem, sem que tenha que lhes ser dito, que na festa do dia do pai quem vai estar é o avô. Tal como no ano passado. E no anterior.
Os filhos dos turnos ainda mal sabem falar e já conhecem a palavra "troca", ainda mal sabem andar e já conhecem o caminho para o trabalho dos pais e ainda mal compreendem o conceito de amor e já sabem que quem ama também pode estar ausente."

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