terça-feira, 29 de novembro de 2016

Com que então querias ver neve...

... toma lá com o maior nevão dos últimos não sei quantos anos, em pleno mês de Novembro, precisamente no fim-de-semana em que escolheram ir à Serra da Estrela.

Então, como correram essas mini-férias? 
Gostava de dizer que foram magníficas, mas não sei mentir! Foram uma aventura, isso sim!
Na 5ªf à hora de almoço lá fomos, para aproveitar a hora da sesta dela, porque assim a viagem corria melhor. E correu, efetivamente. Até chegarmos à Serra. Tivemos a maravilhosa ideia de seguir o caminho mais curto que o GPS indicava, ignorando o facto de esse caminho ser a descida pela Torre, ao invés de subirmos pela Covilhã. A dada altura, temi ficar ali, no meio do nada. O cenário era este:


Correntes de neve: não tínhamos!
Visibilidade: nenhuma. Um nevoeiro brutal.
Carros: passava um ou outro.
Neve nas bermas: a perder de vista.
Demoramos cerca de 1h e tal para fazer uns míseros 10 km e tememos ter de inverter a marcha. Mas chegámos bem ao hotel, não havia muita neve por lá. Pensámos, por isso, que o pior já tinha passado. Tão ingénuos!
Jantámos no hotel e, no dia seguinte, quando fomos tomar o pequeno-almoço, vejo o senhor meu marido, boquiaberto, a olhar pela janela e solta um: "aquilo é neve?"
Aquilo era isto:

São carros, sim? Cobertos de neve, no parque de estacionamento do hotel. Estrada, nem vê-la. Acessos cortados e nem sinal de limpa-neve!


Ainda abismado, pergunta o homem a uma das empregadas: "Como é que saímos daqui?"
Ela encolhe os ombros e diz-nos: "Hoje, infelizmente, ninguém sai. Estas condições atmosféricas apanharam toda a gente de surpresa. Estamos isolados. Os acessos estão cortados!"
Ok, fixe. Confinados a um hotel 24h. E sem perspetiva de que no dia seguinte pudéssemos sair. Hotel reservado em Lisboa e probabilidade de termos de pagar outra noite na Serra da Estrela. O cenário era maravilhoso. A juntar a isso, uma miúda de 1 ano, insuportavelmente chata, por estar farta de estar no mesmo sítio. Brutal. Foi mesmo o que planeámos!
O maridão ainda se aventurou a tirar umas fotos. Eu fiquei com a pestinha, que se fartou de andar de um lado para o outro, a explorar o hotel, a desfazer malas de 5 em 5 minutos e a fazer birras descomunais para dormir. Só chorava e dizia aos gritos: "Eu é bebé. Eu é bebé!"





No Sábado, quando acordámos, tentamos logo ver se conseguiríamos sair. Nevava imenso, mas os meios de apoio estavam a fazer um trabalho excelente de limpeza das vias. Havia um casamento (haja coragem!) e, quer os noivos, quer os convidados, estavam hospedados no nosso hotel. Como tal, tinham sido tomadas todas as providências para se conseguir, de alguma forma, aceder ao local. As estradas a meio da manhã estavam a ficar circuláveis, mas a questão era: "Como desenterrar o carro? E será que ele pega?"
Maridão mete mãos à obra e esteve cerca de 3h, de pá, a tirar a neve. Mudou de roupa duas vezes e ficou sem roupa para vestir! À tarde lá conseguimos descer a Covilhã, para finalmente almoçar a um preço decente! A 10km/h, num cenário assustador:


Nunca imaginei que fossemos encontrar algo assim. Queria ver neve, mas não tanto. Ao ponto de não conseguirmos fazer nada e termos os planos todos furados! 
Ah e tal, foi fixe? Querem a verdade: nhec, nhec... tão cedo não me apanham noutra. Se ainda ao menos desse para descansar! Mas, quem é que descansa com uma criatura chata, aborrecida, que descobriu as maravilhas da independência ao começar a andar e com 500 dentes a nascerem ao mesmo tempo? Ah, e tal, para a próxima vamos à Serra na Primavera! Deve ter mais graça! Coitados nos povos nórdicos que devem deprimir todos os dias e ter de se levantar 3h antes para preparar a logística!!!

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