domingo, 8 de janeiro de 2017

O pai nas consultas de rotina...

[Antes de mais, vamos contextualizar. O paizinho tem o vício de, de vez em quando, pegar na rapariga de cabeça virada para baixo. Uns segundos, de longe a longe, porque ela acha um piadão e ri-se às gargalhadas! Sempre que eu vi aquele cenário nunca disse nada, porque, mesmo sabendo que obviamente não era algo muito saudável, a verdade é que ele fazia isso tão esporadicamente que sempre achei que não haveria problema nenhum. Pois que a criatura teve a feliz ideia de, a meio do jantar de natal, o que significa um aglomerado de pessoas sedentas por lançar palpites, dizer, de forma muito pormenorizada, o que fazia à cria. Resultado: 'Meu Deus, Nossa Senhora, isso faz muito mal à saúde'; 'olha a moleirinha dela'; 'o sangue sobe-lhe à cabeça e isso pode causar doenças graves', 'os órgãos saem todos do sítio'. Ele, que é daqueles em que acredita sempre no que lhe dizem, desde que não seja eu a dizer (porque o que eu digo é sempre posto em causa, só os outros é que têm o dom da verdade!), solta: "Até vou perguntar à pediatra!"]

Estes dias, lá fomos à médica. Medições normais, pesagens normais, auscultações normais, questões normais e pai (anormal!!!):
[Ele]: Eu costumo pegar nela ao contrário, quando estamos na brincadeira e disseram-me que isso fazia muito mal, que os órgãos podiam sair do sítio...
[Médica]: Revira os olhos, olha para mim numa tentativa de perceber se ele estava mesmo a falar a sério e a seguir com ar de 'dahhhhh' diz: Nãoooooooo. Ela gosta, não gosta? Vocês está 20 minutos com ela virada de pernas para o ar? Continue a acreditar em tudo o que lhe dizem...

[Coitadinho, é pai. Demora a perceber aquilo que, nós mães, aprendemos logo na gravidez: não pedir palpites. Guardar determinadas atitudes só para nós. E, mesmo assim, quando toda a gente tem uma teoria sobre tudo, sabemos que o correto é ignorar e sorrir. O nosso instinto é sempre o maior!]

Mas não ficou por aqui. No outro consultório, enquanto a médica fazia as perguntas habituais de rotina, o pai questiona, muito admirado:
- Ela já tem tantos dentes. E já diz tanta coisa. É normal?
- Ficava preocupada se o pai me dissesse o contrário!
[A dada altura acho que ela achou que caso se alongasse mais, ele arranjaria uma qualquer deixa para fazer perguntas estranhas! Então sorriu, desejou-me sorte e disse que já estava na hora de pensar em fazer outro - filho. Acho que pensou que o paizinho tinha tempo de sobra para pensar em coisas... parvas!]

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