domingo, 7 de agosto de 2016

Dramas da hora do parto #6


Fiz força. Ela nasceu. Respirei fundo. Alívio. 
Aquela coisa de 'Ah. e tal, é um amor imediato..." não aconteceu! Qual amor, qual quê. Estava ali uma bebé, mas eu nem sequer tinha ainda interiorizado que era, de facto, minha filha. Até acontecer isto:

Pai. Escuso de enumerar as características da sua personalidade, que vocês já as vão conhecendo. Ela nasce. Ele chora... muito. Mas, um milésimo de segundo depois, já nem tem força para chorar, porque num semi-histerismo grita para o médico e para a parteira: "Ai, ela não chora! Ela não chora! Faça qualquer coisa. Ela não chora!" 

Senti a respiração dele descompassada. Vi-o tão aflito, que as minhas emoções voltaram todas. Em catadupa. Descontroladas. Caraças, ainda estava meia abananada, mas queria que ela chorasse... embora, sinceramente, tenha plena noção de que, naquele momento, continuava ainda sem consciência de que era real, era minha filha. E, agora que penso, ainda bem. Essa inconsciência nem me fez sentir medo. Até porque, bastaram uns segundos. O médico esfregou-lhe as costas e o berreiro começou... e durou para aí meia hora seguida!!!

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