domingo, 21 de maio de 2017

Das prioridades... ou opções...

Poucas pessoas (ou quase nenhumas) saberão que recusei, há uns meses, uma oferta de estágio no Jornal de Notícias (JN). 
Sim, eu, a menina das letras, cujo sonho era ser jornalista. Eu, que há uns anos atrás nem pensaria meia vez. Eu, que quando me despedi, pensei precisamente que era de uma oportunidade dessas que eu precisava. 
Claro que as decisões são fruto das circunstâncias.
Na altura, pesou o facto de não ser 100% remunerado e de eu estar a tirar um curso que precisava para desenvolvimento profissional. Mas sei que o maior peso na balança se chamava Carolina [sem que isso signifique responsabilizá-la, de alguma forma, pelas minhas decisões, que sou maior e vacinada e fui eu que decidi ser mãe e não ela que pediu para ser filha!]. O trabalho exigiria deslocações diárias para o Porto. Sairia de casa e chegaria sem nunca conseguir vê-la acordada. Não teria a mesma disponibilidade, nem paciência. Hoje sei que precisava disto e que tomei a melhor decisão (que na altura me tirou algumas noites de sono!). Sei, também, que ela estava mais do que preparada para ficar sem mim. Mas eu... eu não estava preparada para estar sem ela!
Agora, começo uma nova fase laboral (sem o mesmo entusiasmo, é certo, porque o que vou fazer não é um sonho de menina, como seria este!) e que implicará a mesma falta de tempo, de paciência e disponibilidade. Se já estou preparada para ficar sem ela? Não. Talvez nunca esteja. Eu digo muitas vezes que sinto que ter um filho também foi um ato de egoísmo, pois sabia que ele me daria a atenção, importância e amor desmedido que eu sempre ansiei. Portanto, não. Continua a custar. A diferença é que agora... agora, tem de ser! 

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